Minha estadia em Medan (norte de Sumatra) foi mais longa do que o planejado, teoricamente eu teria um voo confirmado para o dia seguinte a minha chegada la’, mas isso nao aconteceu, por razoes indonesianas, e assim sendo tive que ficar mais dois nessa cidade que nao tem nada alem de shoppings (muita eletronico e tennis barato), poluicao e um trafego infernal, acabei aproveitando esse tempo para colocar os relatos da viagem em dia.
Finalmente dia 23 de agosto consegui embarcar (aviaozinho bimotor duvidoso) rumo a ilha de Nias na busca de muitas ondas. Depois de um voo pouco seguro chego em Gnusitoli de onde, juntamente com outros 2 casais de brasileiros, sigo de van para Lagundri Bay (outras 3-4 horas de Estrada), o visual da ilha e’ tipico da Indonesia, muito verde e coqueiros para todos os lados. Para minha surpresa as estradas sao relativamente “boas” (estreitas como sempres), bem melhor do que eu esperava para um lugar distante na Indonesia, ale’m disso muitas outras obras em andamento, parece que ta’ Rolando um pouco de din din por aqui, dizem que tudo isso comecou depois do gde Tsunami e Terremoto do ano passado, com isso chegou dinheiro para arrumar os estragos causados, acabou servindo para dar uma boa melhorada na infraestrutura da ilha, dizem ate’ que deve sair um novo aeroporto em Lagundri Bay ate’ 2009. Por um lado todas essas melhorias sao positivas principalmente para o povo local, por outro lado acaba interferindo no astral e atsmosfera do lugar, tirando um pouco o astral de um verdadeira trip, com tantas facilidades certamente o numero de turistas ira aumentar ainda mais, alia’s se posso resumir minha passagem pela Indonesia em uma unica palavra eu diria CROWDED, ou seja, muita gente na agua, j’a deu pra sentir isso desde o primeiro momento em que cheguei em Lagundri, quando apesar do mar estar pequeno (1 mt na serie) ja tinha uma cabecada na agua. Foi dificil de acreditar, mas na real o pico tava lotado de gente (a maioria brasileiro), posso ate dizer que foi “brochante” pois afinal vir tao longe e mesmo assim tem tanta gente na area, para piorar um pouco as outras ondas que costumavam quebrar na baia, depois do terremoto do ano passado ja nao quebram mais pois ficaram muito rasas, sendo assim o surf fica resumido a uma unica onda “ The Point”. Quem pensa em vir pra Indonesia e pegar o surf perfeito somente com os brothers, pode esquecer ou melhor vir com seu proprio barco e sair em expedicao.
Ao todo fiquei 12 dias em Nias, os planos eram outros mas quando percebi que a situacao era essa mesmo, crowd todo dia crowd, acabei encurtando minha estadia por aqui. Varios dias acordei antes do sol, e ja tinha 6-8 na agua, depois das 7 da manha ja tem mais de 15 cabecas depois das 8 da manha e durante o dia todo ficava uma media de 20 cabecas na agua, sendo que no final de tarde era o pico chegando a ter 30 ou mais surfistas na agua, detalhe que dessa galera toda mais da metade sao otimos surfistas (inclusive profissionais) o que tornava ainda mais dificil pegar as melhores ondas, ainda mais com tanto brasileiro na agua o que significava pouco respeito pelas “regras” , ou seja, a regra passava a ser pegar o tudo que for possivel as suas ondas e as dos outros. Em relacao a qualidade da onda isso e’ indiscutivel, e’ uma direita perfeita, longa tubular, forte, sem problemas com o fundo de coral, facil pra sair e ainda mais facil pra entrar, ou seja, tudo de bom, o unico problema mesmo era a quantidade de surfistas esfomeados na agua o que acabou interferindo na vibracao do surf. Desses 12 dias em Nias peguei apenas um grande swell com, durante 2 dias, com ondas de 6-8pes, bastante pesado e perfeito, tiveram outros 3 dias com ondas de 4-6 pes e a maior parte do tempo com ondas de 3-4 pes, apenas durante uns 2 dias ficou praticamente flat, Segundo a galera que frequenta o pico foi abaixo da media do que costuma rolar. Durante esse periodo encontrei com alguns amigos, Soldado e esposa (diretamente de Sydney) e Daniel da Riviera. Foi bom conhecer Nias e sua direita perfeita mas infelizmente o surf foi menos do que esperava, nao por causa da qualidade da onda, quanto a isso fiquei muito impressionado, mas principalmente pela quantidade de gente no pico, ale’m disso meu desempenho foi muito aquem do que esperava, faltou condicionamento e pouco mais de confianca e agressividade, sobrou vontade e com tudo isso mudei os rumo e segui para Bali afim de abrir outros horizontes.