20/03: Meu trem de Budapeste saiu as 12:50 e deveria chegar as 21:30 em
Ljubljana (Eslovenia). Estava insuportavel. Pensei em sair e ir
correndo pra Ljubljana. Isso sem contar as paradas. A cada 10 minutos
tinha uma parada. As vezes, o trem andava pra tras. Ele viajava a uns
60 km/h ate que comecou a viajar a uns 5 km/h e uma hora parou.
Perguntei a uma mulher o que tinha ocorrido e ela disse que eles
estavam trocando a locomotiva. No fim das contas, o trem chegou em
Ljubljana as 23:00, mas eu fiquei conversando com essa mulher
(Aleksandra) e ela me contou muitas coisas sobre a Eslovenia. Ela disse
que sentia um pouco de falta do tempo do Tito (o ditador). Naquela
epoca, eles, apesar de mais pobres, eram muito felizes. Hoje, trabalham
muito. Quando cheguei ao Most Hostel, os caras da recepcao (o Jura e
uma menina) me levaram a um restaurante, onde comi um burek (e como
eles chamam aqui) de queijo e tomei uma Coca.
21/03: De manha, fiz umas compras pra ter o que comer e logo sai
para dar uma volta. A cidade e super pequena (menos de 300 mil
habitantes, a Eslovenia tem 2 milhoes), mas e charmosa. O rio
Ljubljanica que divide a cidade da um toque especial. Subi a colina
para chegar ao castelo. Estava bem frio e chegou ate a nevar um pouco.
La em cima e super silencioso, agradavel. Alem disso, tem uma bela
vista da cidade. No castelo, assisti a um filme sobre a historia de
Ljubljana e subi a torre para ter a melhor vista possivel. Depois, fui
a estacao comprar minha passagem para Viena e aproveitei para ir ao
Parque Tivoli, que e la perto. Neste parque se encontra o Museu de
Historia Contemporanea, onde vi um pouco sobre a historia Eslovena do
seculo XX. Tinha tambem uma exposicao pequena sobre criancas no
holocausto, mas as linguas eram alemao e esloveno. De la fui para o
National Museum, onde vi sobre a historia eslovena desde o Paleolitico.
Almocei no Mc Donalds e caminhei bastante pela cidade e acho que
percorri quase tudo. Ha muitos muitos museus, mas nao fiquei muito
interessado. Passei pela Universidade e pela Biblioteca tambem. A
noite, conheci o James (australiano) e a Anna (polonesa), um casal que
vive em Londres. Fomos ao Maček (gato em esloveno), um pub, tomar umas
cervejas. Nao voltei muito tarde.
22/03: Eu, o James
a Anna acordamos as 7:00 e tivemos que correr para pegar o onibus para
Bled as 8:00. No caminho de ida estavamos torcendo pra fazer sol ou
nevar pra que o lago estivesse bonito (na verdade, eu queria sol).
Chegando la circundamos o lago (tem uma ilha com uma igreja no meio), a
maior atracao da cidade. O lugar e muito agradavel e nevava um pouco, o
que deixou o cenario ainda mais bonito. Terminando a volta, paramos
para tomar um cha. Depois, subimos uma colina para chegar a um castelo.
Nessa hora comecou a nevar mais e meus pes comecaram a ficar
encharcados. Seguindo o James, que tinha um guia so da Eslovenia (e
tambem o pai esloveno), fomos para uma vila ali perto chamada Vintgar.
La, havia uma trilha que seguia um rio (Vintgar gorge) com pequenas
quedas d'agua e uma agua super clara. Alem disso, estava nevando
bastante e eu ja estava encharcado ate a canela. A trilha era bem longa
e ficamos meio indecisos se deviamos continuar ou nao. No fim,
continuamos por um bom tempo por uma estrada de terra e chegamos em um
bar em uma pequena vila. Alguns caras vieram conversar com a gente de
maneira bem amigavel. Aproveitamos pra perguntar como deviamos fazer
para voltar a Ljubljana. No fim das contas, um deles nos deu uma carona
a uma cidade um pouco maior, Jesenice, de onde pegamos um onibus de
volta para Ljubljana. No hostel, peguei um secador de cabelo emprestado
e fiquei uma hora tentando secar os tenis na esperanca de que eles
estejam em condicoes de uso no dia seguinte. Nao sai porque tinha que
acordar cedo para ir a Piran, uma cidade na costa (Mar Adriatico) no
domingo.
23/03: Levantei as 5:40 para pegar o onibus para Piran. Dei uma
bela cochilada no caminho. Tive muita sorte com o tempo. No caminho,
passei por lugares totalmente brancos da neve, mas chegando ao litoral,
apareceu um pouco de sol (deu ate pra ver o azul no ceu)! A cidade e
bem pequena e charmosa, bem ao estilo "sul da Italia", com ruelas
estreitas e irregulares e predios de tres ou quatro andares. Ha alguns
predios bem antigos, do tempo em que Veneza dominava a cidade.
Procurando o Museu Maritimo (do qual tinha ouvido falar), acabei
chegando no Museu de Atividades Subaquaticas. Nao sei como e o outro,
mas achei esse bem legal. Tem muitas fotos e pecas do equipamento de
mergulhadores da regiao, contando sobre obras que eles realizaram e
navios naufragados resgatados. Em Piran aproveitei tambem para "me
perder" pelas ruazinhas e sentir o clima da cidade. Sao muitos
turistas, geralmente mais velhos, com destaque para os italianos.
Tudos na cidade esta escrito tambem em italiano. Devido ao asprecto
turistico, ha muitos cafes e restaurantes. Antes de ir embora, subi uma
colina com um muro bem antigo, de onde se tem uma vista belissima da
cidade. As 12:40 tomei um onibus para Postojna (ja no sentido de volta
para Ljubljana). Em Postajna ha a maior caverna da Eslovenia, uma das
principais atracoes turisticas daqui. Isso acaba prejudicando um pouco
o programa. Alem de pagar caro, e tudo turistico demais. Um grupo
enorme de pessoas entra em um trenzinho que entra 2 km caverna adentro.
La, as pessoas saem do trem e procuram o guia que fala a sua lingua.
Depois, caminha-se 1.2 km com o guia explicando sobre as formacoes e um
pouco da historia da caverna (que chegou a ser usada como esconderijo
de soldados russos na I Guerra Mundial e armazem de suprimentos dos
alemaes na II Guerra Mundial). Apesar de tudo isso, a caverna e, de
fato, muito bonita. Talvez eu devesse ter procurado cavernas menos
exploradas, mas no fim das contas, valeu o programa. Sob forte neve,
tive que matar uma hora e meia em Postojna em um cafe, esperando o
onibus para Ljubljana. Sorte que levei meu livro.