Existing Member?

Ao redor do mundo Dicas e memórias pós viagem

Buenos Aires

ARGENTINA | Thursday, 27 September 2007 | Views [4929] | Comments [5]

Começo com dicas gerais de Buenos Aires que envie pra Dani Proença, minha roomate em Lake Tahoe. A história vai abaixo.

"Gostei de ficar no Centro ( ou microcentro ) pela proximidade com os outros bairros. De qualquer forma tudo lá é perto e os taxis são muito baratos. Comprei o Guia T, de bolso, só da capital. Um ótimo mapa com todos os ônibus da cidade.

Bairros:

Palermo: Tem o maior parque da cidade. Bom para ir aos restaurantes e bares de noite, em Palermo Viejo e Palermo Soho. Restaurante La cabalerisa.

Recoleta: Bairro mais rico. Compras na Av Santa Fé. Tem tb um antigo teatro que abriga hoje em dia uma livraria. Vale a pena dar uma visitada. Cemitério. Onde Evita Perón está enterrada.Museu MALBA  

Centro e Microcentro. Compras nas Calles Florida e Lavalle - Galeria Pacífico. Obelisco. Av de Maio - Parlamento, Casa Rosada, show de tango no Cafe Tortoni. Pubs irlandeses, principalmente na Calle Reconquista e na San Martin.

Puerto Madero - Restaurantes Cabanas de Las Lilas $$ muito bom, Siga la vaca (tipo rodízio). Boates Asia de Cuba e Opera Bay. Essa área era bem degrada há 5 anos atrás e rolou uma revitalização transformando-a em um dos lugares mais rcos e caros da cidade.

Há muitas boas opções de restaurantes e boites pela cidade. Normalmente se paga barato e há boa comida e atendimento em qualquer esquina. Há boates menos badaladas que tb são tão maneiras ou mais mas não lembro dos nomes (culpa do álcool). Pergunte no hotel. Pachá e Mint tb são conhecidas

As nights para dançar tango se chamam milonga. Coma carne, Lomo e chorizo(não é sangue). E sorvete (tão bom quanto na Itália). Sorveterias Freddo, Munchi e Volta. Beba vinho de Mendoza da uva Malbec, especialidade deles.

San Telmo - Bom para ir a noite, assim como Palermo Soho. Nao perca a feira ao ar livre nos domingos, na rua principal ( se nao me engano Defensa ou perto dela.)

La Boca - Onde fica o estádio do Boca Juniors e o Caminito( que vale a pena) mas cuidado que o bairro é meio degradado e tem uma malandragem de olho nos turistas. 

Outro passeio legal é o El Tigre, suburbio de BA. Tem que pegar um trem na estação do Retiro e há um passeio de barco por lá.(não é imperdível mas se estiver de bobeira, vá. Deixe por último)

pra ficar 2 semanas sem repetir o mesmo programa. tem muita coisa pra fazer. É isso.."

     Ao chegar em BA, tentei ficar no Milhouse Hostel. Alan Kymo, australiano que eu estava viajando tinha feito uma reserva neste lugar, conhecido pelas festas. O inglês é a língua oficial deste albergue. Não consegui ficar lá e fui para um lugar recomendado pelos brasileiros Eugênio e Juliano que encontrei na Bolívia e no Peru. Infelizmente não lembro do nome do hostel nem do dono argentino que é muito gente boa e sabe tudo da cidade. Fiquei neste albergue um dia, por sinal meu aniversário, e depois fui para o Portal del Sur.    

     Nunca vi tantas coincidências como em BA. No dia do meu aniversário aconteceu a primeira delas. Andando aleatóriamente pelas ruas, esbarrei de frente com o israelense Yoni que conheci na Guatemala. Ele foi uma das pessoas que mais fiz amizade mas isso é uma outra história que vai ser contada uma outra hora. Passamos o dia juntos batendo perna pela cidade, comprando quinquilharias como o pote de mate que se chama mate e botando a conversa em dia.

     A mãe de Yoni é argentina de BA. Quando o conheci, ele mal falava espanhol (ou casteliano como preferirem). Já estava há um mês na cidade, dominando o idioma melhor do que eu. Tive sorte em encontrá-lo. Achava que ele não estava mais na Argentina. O dia foi bem produtivo e estar com um cara quase local ajudou. Foi um bom reencontro e um grande presente de aniversário.

     De noite conheci duas brasileiras e saímos para jantar em Puerto Madero. Fiquei devendo fotos e notícias de vida. Espero que elas leiam isto.

     Achei o Portal del Sur, situado na mesma rua do Milhouse, um excelente lugar pra ficar. O bar do terraço, com mesa de sinuca grátis e cerveja barata, é ótimo para conhecer pessoas e para passar o tempo antes da noitada. Aliás, nem encha o saco saindo antes das 3 am. Conheci no bar uma legião de paulistas, estudantes de arquitetura. Eles era mais de dez e me adotaram. Passei o resto da minha estadia em BA pra cima e pra baixo com eles.

     Nesta noite, fui até o Milhouse procura por Alan. Eu estava um dia de viagem atrasado em relação a ele e nós ainda não haviamos nos visto. As coincidências começaram então de novo. Ao entrar no hostel vi imediatamente dois ingleses, e obviamente não lembro dos nomes, mas sei que subiram comigo no vulcão ativo Pacaya, na Guatemala. Depois de muita conversa me disseram não conhecer Alan.

     Continuei a procura na área comum, onde fica o bar, e uma pessoa me cutucou. Era Matt, australiano com quem trabalhei em Lake Tahoe, Califórnia. Ele viajava com Will e Dirk, também da estação de esqui em Tahoe. Me chamaram para jantar e aceitei. Depois de algumas cervejas Quilmes, reunimos todos interessados em comer conosco. Apenas 17 pessoas. Tentamos ir ao La Caballeriza de Palermo.

     Há dois La Caballeriza em Palermo, um praticamente do lado do outro. Por ser um restaurante bem popular, conseguir mesa para todos foi impossível. Entramos então, na primeira porta na nossa frente. Um restaurante todo branco. O nome também era Blanco alguma coisa. Gastei 80 pesos, o equivalente a quase 60 reais, mas tive uma das melhores refeições de toda minha vida. Foi disparado o restaurante mais caro que consegui encontrar em BA.

     Comi um bife de chorizo com salada e batatas. Havia alface roxa, além de cores verde e amarela e vermelha no meu prato. A comida na Argentina mereceria todo um livro, como devem existir vários, mas não sou um grande entendedor de culinária e acabaria falando das cores, formas e minha classificação seria: bom, ruim, salgado e doce. Resolvi por enquanto fazer só um parágrafo.

     No dia seguinte liguei para Bellen, argentina que trabalhava do meu lado em Tahoe. Saímos para almoçar no Siga la Vaca em Puerto Madero. Pode-se comer a vontade nesta churrascaria. Há um pequeno bufet e uma churrasqueira industrial onde se escolhe as carnes. Os cortes são bem diferentes do que estamos acostumados no Brasil. Um jarra de bebida também está incluida no preço. Acho que custava uns 30 pesos. Bellen fez questão de pagar o meu.

     Depois do almoço fomos passear em San Telmo. Como não era domingo estava bem calmo. Caminhamos em direção à Casa Rosada onde Bellen me mostrou o balcão onde Evita discursava. Andamos ainda pela Calle Reconquista onde vários pubs irlandeses disputam espaço e a prefeência dos portenhos após o horário comercial. Uma espécie de happy hour para quem sai do trabalho.

     Quando escureceu me despedi de Bellen, fui para o albergue tomar um banho e estava decidido a encontrar Alan. No meu terceiro dia em BA ainda não havia encontrado com ele. Como os hostels são 50 metros de distância um do outro, acabei não entrando no Portal del Sur e fui procurá-lo direto, desta vez com sucesso. Alan estava com mais 3 aussies que encontrara na viagem de Bariloche até BA. Convidei todos para beber, jogar sinuca e conhecer os paulistas, nesta ordem.

     No bar do terraço do albergue, se juntaram a nós outro australiano, duas norueguesas, mais três brasileiros e dois ingleses. Tinhamos combinado de sair mas bebemos tanto que acabamos desistindo. Conhecemos ainda Santiago, uma figuraça que trabalhava no bar. Fissurado pelo Brasil, parecia até nosso conterrâneo.

     Ao acordar, me juntei aos paulistas e fomos para El Tigre. Da estação do Retiro, pega-se o trem para El Tigre mas nós fomos até Mitre, não estou certo - sei que era uma outra linha no mesmo lugar, e pegamos um trem turístico até o final. Na minha opnião não vale a pena.

     Foi um passeio interessante mas acabamos desistindo de contornar a ilha de barco e entramos no Cassino. Trocamos algumas moedas e ficamos jogando no caça-níqueis. Como se é de imaginar, ninguém ganhou nada. Eu pelo menos não perdi. Não sou de jogar, nem quando morava na fronteira da Califórnia com Nevada, onde se situam uma meia dúzia de cassinos.

Na volta, já de noite, a turma se separou. Fui com Cassio, Ingrid e mais três meninas que nunca soube o nome, para o teatro que virou uma livraria. O lugar é lindo, tem uns três andares e subsolo. No térreo vale a pena sentar para tomar um café com música ao vivo e folear um dos muitos livros de fotografias.

     Chegando ao albergue, recebi um email de Mariana Laterrade. Portenha, grande companheira de viagens no Tibet. Mana me puxou de bicicleta por quase toda Lhasa, capital do Tibet. Acredito que ela pedalou uns 10 Km, sem exagero. Mas essa é outra história. Voltando ao email, Mana me chamou para beber uma cerveja e combinamos as onze.

     Como ainda eram oito, resolvi dar uma passada no bar do terraço para falar com o resto do pessoal. Começei uma partida de sinuca, depois outra, depois uma cerveja, depois outra. Checando as horas no meu relógio de pulso, tinha toda situação sobre controle. Eu e Mana íamos nos encontrar em um bar perto de San Telmo.

     Onze horas chegaram (no meu relógio) e saí a seu encontro. Encontrei ela estranhamente no meio da rua, perto do bar que havíamos combinado. Já estávamos muito bêbados mas ainda andando pela calçada. Nesse caso meio da rua é só modo de se dizer. Entramos em um lugar temático. Era o fundo do mar. Me senti em uma história psicodélica de título Yellow Submarine. Pedimos uma cerveja que não conseguimos terminar.

     Conversamos bastante e Mana me fez uma revelação. Sua profissão agora era a de professora de engenharia. Eu a conheci quando abandonou marketing para viajar. Me disse também que ia dar aula as sete e tinha que ir para casa para tomar banho. Não entendi nada pois o meu relógio ainda marcava duas. Na manhã seguinte descobri. O ponteiro das horas estava atrasado 3 horas. Quase furei com ela e nosso encontro foi apenas mais uma coincidência em BA.

     Eu deveria mudar o título deste capítulo de Buenos Aires  para algo relacionado com coincidência. Ainda naquela noite, peguei um taxi com Mana e saltei na Avenida 9 de Maio,  paralela à rua do albergue. Entrei numa lanchonete para acabar com a fome da madrugada e tentar abrandar a ressaca do dia seguinte. Sentei na mesma mesa que Alan e seus amigos australianos. Havia uma mudança. Um dos meninos não estava e em seyu lugar uma Irlandesa. Todos no estilo mochileiro quando sai de noite. Sem agasalho passando frio.

      Novo dia, sexta feira, e fui sozinho até o caminito. De lá liguei para Fernando Hidalgo. Outro grande amigo, equatoriano, subimos juntos uma trilha em Pokhara, no Nepal, e comemoramos seu aniversário em Kathmandu, capital. Um pouco antes de eu partir para a Viagem das Américas, Fernando veio ao Rio de Janeiro e saímos algumas vezes. Minha vez de visitá-lo. Passei a tarde toda em Recolleta na sua casa.

     Fernando trabalha com terapias alternativas. Usa principalmente potes e incenso que comprou no Nepal. Existe um nome e se ele souber que chamo desta forma ele volta pro Brasil pra me chutar. Já morou no Brasil e arrendou por dois verões uma pousada em Trancoso. A primeira vez não deu muito certo mas na segunda conseguiu lucrar graças à experiencia do ano anterior. Agora vive em Buenos Aires estudando terapias ...(droga de nome) na Universidad de Buenos Aires. Me contou que muitos equatorianos se mudam para a Argentina para estudar pois somando todas as despesas ainda sai mais barato do que pagar faculdade no Equador.

     Não posso me esquecer de dizer que dei uma passadinha no Cemitério de Recolleta onde Evita está enterrada. Na saída fui avistado por Brad e Lou que me chamaram. Eles são um casal de Australianos que viajaram com Alan na Bolívia e Chile e o encontraram de novo por acaso em Bariloche, onde fomos apresentados.

     De noite, fui com Matt, Will e Dirk mais todos os brasileiros para Asia de Cuba, boate em Puerto Madero. Não sou muito chegado em noitadas neste estilo mas não posso negar o quanto me diverti. Três ambientes e depois de tal hora em um deles tocou electro house. Pageui 40 pesos para entrar.

     Meus planos eram deixar BA no sábado mas resolvi ficar mais um dia. De tarde bati pernas e comprei algumas coisas nas Calles Florida e Lavalle. Gostei da Galeria Pacifico onde tem várias lojas de marca com preços razoáveis. Na minha última noite, bebi tanto no bar do terraço que não lembro o nome do lugar para onde fui. Estavamos indo para o Pacha e a brasileirada resolveu mudar o destino. Fui voto totamente vencido por questões etílicas. Acho que fomos para a Mint. Sei que paguei 10 pesos e achei tão bom ou melhor que a Asia de Cuba.

     Ninguém deveria deixar Buenos Aires sem ir para San Telmo ou para o parque de Palermo no domingo. Eu escolhi San Telmo e fui com um dos Australianos do albergue, Steve. Os artistas de rua por lá são brilhantes. Há tango e feiras de antiguidades. Este parece ser o programa portenho favorito dos domingos porque estas áreas ficam lotadas.

     Para fechar com chave de ouro, encontrei sem querer com Barbara e Anouck, belgas que eu e Alan conhecemos em Bariloche. Esquiamos juntos no Cerro Catedral, em Bariloche. Elas são ótimas, grandes companias.

     Ainda encontrei Alan no Rio. Por mais que achasse que estivessemos viajando juntos, quase não nos encontramos em BA. Coisas que acontecem quando se viaja.

Tags: Travel Tips

Comments

1

Oi, td bem? Vi que vc esteve pelos albergues Milhouse e Portal del sur e queria saber qual vc me recomendaría... é que estou indo sozinha, mas não queria ficar muito deslocada, endende? Se puder me ajudar, ficaría enormemente agradecida...
Abraços!!!!

  Patricia Oct 12, 2007 10:04 AM

2

Estou querendo ficar no Portal del Sur em Buenos Aires no período de 23 a 29 de abril. Os quartos de lá são bons, arejados? Queremos ficar em quarto triplo com banho privado, vc sabe se é bom.

Grata,

Simone

  Simone Mar 25, 2008 12:49 AM

3

need the email of volta ao mundo to the advertising department-thank you in advance

irene freeman

  IRENE FREEMAN May 11, 2008 9:21 AM

4

Oi Henrique, tudo bem?

Gostaria de poder contar com sua jauda, pq vou sozinha pra Buenoa Aires, e fico de 13/07 ate 15/08. Vou fazer o intensivo de espanhol da UBA. Tenho algumas perguntas pra fazer em relação ao Portal del Sur, que acredito que deva ser mais barato que o Milhouse e perto do local do meu curso:

-Vc gostou dos quartos, são arejados e espaçosos?
- Há loskers onde eu possa guardar meu lap top e outros pertences?
- O café da manhã é bom?
- O bairro Microcentro é perigoso?
- Eles oferecem desconto a quem se hospeda por um mês?
- Tem internet Wi Fi?

Há mais alguma observação que vc faria sobre o hostel?
Eu sei que deve ser chato responder a todos, mas se vc fizer, vou ficar super agradecida. Tô adorando ler seu blog, vou devorar ele até o fim deste domingo! rsrsrsr =)
Um beijo!
Carla.

  Carla Jun 16, 2008 3:47 AM

5

Oi. Estou pensando em ir morar e estudar em Buenos Aires. Será que você poderia me dar algum tipo de ajuda? Responda em meu e-mail por gentileza: gabalde832008@hotmail.com
Abraços,
Chris.

  Christian Aug 13, 2009 2:42 PM

 

 

Travel Answers about Argentina

Do you have a travel question? Ask other World Nomads.