Minha viagem teve início em 17/01/2010. Voei para Buenos Aires (passagem de ida e volta adquirida por milhagem) em um domingo e passei um dia por lá. Era domingo e aproveitei para ir em San Telmo e rever alguns lugares que gostei na última vinda à cidade. Fiquei no Hostel Sur America por 45 pesos (1 real valendo cerca de 0,45 pesos argentinos)por dormitório. O hostel é ok ma preferi o Portal del Sur, hostel que fiquei da outra vez, localizado na mesma rua (Hipolito Yrigoyen). Um taxi do Aeroporto Ezeiza até o aeroparque (AEP-aeroporto local) fica em 135 ARS. O ônibus Manuel Tienda Leon, que não sai tarde da noite nem de madrugada, custa 45 ARS. O mesmo valor vale para o trajeto Ezeiza - Centro. Do Centro para AEP vale a pena pegar ônibus pois não é muito distante (cerca de meia hora).
No dia 19/01 voei para El Calafate pela Aerolíneas Argentinas. O retorno seria no dia 8 de fevereiro de Ushuaia para Buenos Aires. Este ticket de duas pernas saiu algo em torno de 450 R$ (230USD). O trajeto Aeroporto-hotel custa 26 ARS. Em El Calafate, que também é o nome de uma fruta (berry), fiquei no HI hostel Los Glaciares Pioneiros. Recomendo o HI Hostel Los Glaciares Libertador que é praticamente a mesma coisa e fica 5 quadras mais próximo do centro. A noite no dormitório custou 46 pesos (ARS). O centro de El Calafate, uma cidade turística menor que Ushuaia, possui restaurantes interessantes, bancos, internet e outros serviços básicos. Dá para ficar uns dois dias. La leyenda é uma loja que tem varias coisas úteis como luvas, isolantes, adaptadores, lanternas, etc.. La Lechuza Pizzas é um boa pizzaria.
El Calafate é a base para o passeio ao Glaciar Perito Moreno, O maior no Planeta em que o acesso é possível por transporte terrestre. Compramos o tour alternativo por 170 ARS. Na rodoviária há duas ou três agências que oferecem por 80 ARS. A única coisa que o tour alterntivo oferece a mais é uma visita a uma estância em que é possível ver ovelhas, guanacos e a paisagem desertica que circunda El Calafate. Não acho que a diferença de 90 ARS seja válida. Pegue o tour tradicional. A entrada custa 75 ARS adicionais. Ouvi dizer que em quatro pessoas vale a pena alugar um carro (financeiramente) e chegando bem cedo na entrada do parque, não há cobrança da entrada. Como não fiz desta maneira, vale a pena checar se a informação é verdadeira.
El Calafate também é a base para se ir a El Chaltén (Parque Los Glaciares Norte). El Chaltén significa algo como vulcão ou fumaça. Não há vulcões lá mas o nome foi dado por ocupantes anitgos que tiveram essa impressão. Há uma "charla" na entrada do Parque em que a história é contada. Tente não evitar esta charla para saber sobre o lugar. Ficamos em três hostels. Vale a pena reservar adiantado pois as acomodações ficam cheias. Dormimos em Rancho Grande HI, Condor de los andes e Lo de Tani. O preço gira em torno de 50 ARS (um pouco mais caro). Há uma opção mais barata perto da entrada da cidade, um hostel perto da sorveteria mas achei sujo. A sorveteria é boa.
As principais caminhadas em El Chaltén são de um dia, não sendo necessário dormir em barracas. No Fritz Roy ir à laguna de los tres e à laguna Piedras Blancas. No Cerro Torre ir ao Mirador Maestri. Há uma cachoeira escondiad na floresta da encosta, próxima ao mirador. Há ainda outras trilhas menores como o Chorillo del Salto.
O tempo na Patagonia é imprevisível. Chuva e vento fazem parte da viagem. Não desista das trilhas pelo tempo ruim. Repita no dia seguinte se for necessário. Tenha um ou dois dias reservados para isso. Compre uma capa de chuva que esquenta e protege. Tenha o máximo de coisas impermeáveis posível e muito goretex. Lembre-se: O VENTO SECA MELHOR AS ROUPAS DO QUE O SOL. Uma frase que ouvi de um Paranaense: Relaxa, aqui você vai se molhar e secar varias vezes. Tanto em El Chaltén como em Torres del Paine, os tempos de duração de caminhada marcados nos mapas são relativos à pessoas com razoável-boa condição física. Não ache que vai fazer mais rápido se não tiver uma excepcional forma física. As caminhadas, em sua maioria não são difíceis mas podem durar até 12 horas. De todas (Torres del Paine e El Chaltén), achei o Fritz Roy com Piedras Blancas a mais puxada. Demoramos 10 horas.
Para ir à Torres del Paine, a base é Puerto Natales, no Chile. O ônibus que cruza a fronteira sai de El Calafate. Puerto Natales também dispõe de serviços básicos mas a cidade é feia. Como chegamos lá as 23 hrs, ficamos o dia seguinte na cidade para comprar mantimentos para o treking e após a segunda noite, saímos de manhã. Por 5 mil CLP (pesos chilenos 500=1USD) pode-se dormir no hostel Lo Refugio. O dono, Lucho, é muito prestativo mas as acomodações são precárias. Por 7 mil CLP, recomendo o Lili Patagônico, bem mais agradável. Dá para negociar o ônibus Puerto Natales-Torres del Paine. Sai por 12 mil CLP ida e volta. A entrada do Parque é 15mil CLP.
Em Torres del Paine, fizemos o percurso W. Dura 4 dias e 3 noites (saindo de Puerto Nales de manhã, as 7:30). Iniciamos pela perna do w de Las Torres. Para decidir por que lado começar, recomenda-se que ao chegar no parque, veja como está o tempo exatamente no pico das Torres. Se o tempo estiver aberto, salte na Laguna Amarga e pegue o ônibus de 2.500 CLP (ou caminhada de 1 hora)até a Hosteria Las Torres. Caso o tempo esteja fechado, siga no ônibus e comece pelo Pehoe. Isso só é possível se for acampar. Se for ficar nos refúgios, reserve adiantado (para garantir). O catamarã para chegar ao Pehoé custa 11 mil CLP. Todos transportes são conectados, ou seja, barcos e ônibus saem quando o trasporte anterior chega. Não leve dinheiro contado a Torres del Paine. Dólares valem mas a conversão é bem ruim.
Nossa estratégia foi acampar nos refugios (4 mil CLP, marcados em preto no mapa) que possuem luz, abrigo antes de dormir e água quente. O acampamento de qualquer forma é do lado de fora. Os locais marcados em verde são gratuitos mas não possuem nenhuma estrutura fora água e fossas.Fizemos as cenas nos refúgios (20USD). Em Pueto Natales compramos comidas fáceis sem necessidade de preparo para não carregar peso de panelas e fogareiros: sachês de maionese, atum, frutas, frutas secas, frios, pão, biscoitos, leite em pó, granola... Comemos antes as frutas que amassam e estragam com mais facilidade e por último os enlatados. De noite a refeição nos refugios. Nos refúgios, o almoço custa 15 USD e o café da manhã 10 USD.
Iniciamos em Las Torres e caminhamos até os Chilenos com todo o equipamento. Acampamos neste refúgio e atacamos a laguna de las torres sem mochilas. No dia seguinte, caminhamos até o refúgio los Cuernos. neste refúgio, ao contrário dos outros, a cena foi bem fraquinha. Vinte dólares saiu caro... Acampamos em Los Cuernos e ao acordar, fizemos o dia mais puxado. Com as mochilas seguimos até o Italiano. Deixamos a mochila em frente ao Guarda Parque e subimos o francês sem peso. Voltamos pegamos as mochilas e seguimos até o Paine Grande (Pehoe). Dormimos lá (acampamento 4.500 CLP, o mais caro, mais metido e pior - menos protegido e sujo)e no dia seguinte, sem peso chegamos ao Glaciar Grey. Desarmamos a barraca antes de sair nesta trilha pois o tempo estava bom. Fique atento: se o último dia for a perna do Grey, saia cedo pois o catamarã é as 18:30.
Achei interessante mas não fui no passeio de barco de Puerto Natales a Puerto Montt. Velejar por 3 dias custa USD 320. Vi que há ainda passeios de um dia e com preços variáveis. Há ainda transporte de barco para Puerto Willians (USD 170), povoado mais ao sul do planeta, na Isla Navarino. De Ushuaia para lá custa USD 100 por perna. Para ir à Ushuaia, saindo de Puerto Natales há o ônibus Pacheco. Demora um dia inteiro e custa USD 70. Este último foi o trecho que fiz.
Ushuaia é uma cidade interessante, a maior entre as descritas até agora. Dá para ficar uns 4 dias. Imperdível visitar a pinguineira (Piratour) e andar entre os pinguins. Custa 250 ARS. Ouvi que em Puerto Madrin é mais barato. Ushuaia é ainda um bom lugar para comprar roupas e equipamento de viagem. Mais barato do que no Brasil. Em Ushuaia antecipei minha viagem de retorno pois não utilizei os dias reservados ao tempo ruim. Voltei no dia 4/02.