Existing Member?

Destiny calling

Das primeiras impressões | First impressions

INDIA | Sunday, 5 March 2017 | Views [769]

Talvez deva começar por dizer que gosto de viajar e conhecer novos mundos, mas que sempre tive reticências quanto à Índia. É certo que me despertava curiosidade e adivinhava que havia sítios de cortar a respiração. Afinal, é um “subcontinente”! Mas as imagens passadas pela televisão, filmes e histórias de outros viajantes deixavam-me “sufocada”: para alguém, como eu, que preza o “espaço próprio” como o ar que respira, tantas pessoas e tanta agitação eram simplesmente demasiado.

Esta era a oportunidade perfeita: fazer voluntariado, pondo à disposição de quem precisa as competências de trabalho adquiridas ao longo de mais de 10 anos, enquanto me procuro no meio de tanta gente.

E lá respirei fundo e rumei, qual Vasco da Gama, destemida e esperançada, para esse mundo novo.

Para mal dos meus pecados, há um estereótipo que se confirma: tudo é picante! Muito! O meu pobre paladar, que até da banal pimenta prefere manter distância, tem “passado as passas do algarve”. (E, para piorar, a compensação é feita à base de arroz e das várias espécies de “pão” que há para estes lados - perceber a diferença entre Naan, Roti e Chapati foi um desafio!)

Thali @ Chutney's

Surpreendentemente, ao contrário do esperado, o trânsito não é assim tão caótico! Não me interpretem mal: é caótico. Onde devia haver uma fila de trânsito, há duas ou três (no mesmo sentido); percebem mais de tangentes que muitos laureados em matemática!; se for mais conveniente, vai-se em contramão; as estradas têm carros, motas, tuk tuks, pessoas, animais, etc e tal; e o não-buzinar aplica-se… nunca (se vires um carro, apita; se vires uma mota, apita; se vires uma pessoa, apita; se vires uma cabra, apita… percebem a ideia...). Para culminar tudo isto… os britânicos puseram-nos a conduzir no lado errado da estrada!!! Mas, sim, mantenho: não é tão caótico quanto imaginava. Talvez depois de ver o trânsito Luandense e de outras paragens africanas esteja mais “vacinada”. E também imagino, e têm-me dito, que Deli, Bombaim e Bangalore correspondem às expectativas de absoluto caos. Suponho que o truque seja evitar, se não de todo, pelo menos começar por essas cidades…

 Hora de ponta | Rush hour

“O espaço pessoal é uma jóia rara”. Quem o disse foi o Mo, o simpático indiano, que nos veio dar uma interessante e útil palestra em “interculturalidades”. “Vão ficar especados a olhar para vocês: são estrangeiros, diferentes e mulheres”, avisou ele. “Vão fazer-vos perguntas pessoais, como “és casada?” ou “tens filhos?”: é uma sociedade baseada na relação, e não perguntar é falta de educação; além disso, as mulheres aqui casam e têm filhos cedo.”, continuou. “Vão tocar, chegar perto, …” - sociedade “relacional” + muita gente.


Curiosamente, não me tenho sentido “invadida”... Mais uma vez, estou numa cidade grande, mas não demasiado. E estou numa zona residencial pacata. Tenho também conseguido conciliar bem o “tempo comigo própria”, com tudo o resto: os grandes coadjuvantes são 1) o quarto só para mim, com varanda sobre um pacato terraço/jardim de outra casa nas traseiras; 2) a simpática e respeitosa-do-espaço-alheio companheira de apartamento; 3) as “escapadelas” de fim-de-semana; 4) todo o grupo e as diferentes atividades que vamos fazendo; e, por último, mas não de somenos importância, 5) as extraordinárias pessoas da organização que vim apoiar.

Escapadelas de fds | Weekend getaways

E, assim, a Índia surpreendeu.


 

Maybe I should start by saying that I love to travel and get to know new worlds, but I've always had second thoughts as far as India is concerned. Sure, it stirred my curiosity and I imagined there were breathtaking places. After all, it is a "subcontinent"! But the mental images I had from television, movies and stories from other travelers left me "suffocated": for someone like myself, who cherishes "personal space" as the air you breathe, so many people and so much agitation were simply too much.

This was the perfect opportunity: volunteering, putting my job skills - acquired over more than 10 years - at the disposal of those who need it, while looking for me amongst so many people.

And so, I took a deep breath and I headed - like Vasco da Gama - fearless and hopeful towards this new world.

Unfortunately for me there is a stereotype that holds true: everything is spicy! Too much! My poor palate, that prefers to keep distance even from plain pepper, has been suffering. (And, to make things worse, I compensate with rice and several types of "bread" that there exist around here – getting to know the difference between Naan, Roti and Chapati was a real challenge!)

Thali @ Chutney's

Surprisingly, contrary to expectations, traffic is not as chaotic as I expected! Don't get me wrong: it is chaotic. Where there should be a queue of traffic, there are two or three (in the same direction); they know more about tangents than many laureates in mathematics!; If it is more convenient, people drive towards oncoming traffic; the roads have cars, motorcycles, tuk tuks, people, animals, etc.; and the no-honking applies... ever – if you see a car, beep; if you see a motorcycle, beep; if you see someone, beep; if you see a goat, beep... you get the point...). To top all this off... the Brits got them driving on the wrong side of the road! But, yes, I stand by it: it is not as chaotic as expected. Maybe after seeing Luanda’s and other African place’s traffic I’m "vaccinated". And I also imagine, and I've been told, that Delhi, Mumbai and Bangalore meet the expectations of absolute chaos. I suppose the trick is to avoid, if not completely, at least to start with those cities.

 Hora de ponta | Rush hour

"Personal space is a rare commodity". Mo said it – a very nice, empathetic Indian, who came to talk to us about the interesting and useful topic of cross-cultural aspects to be mindful of. "They're going stare at you: you are foreigners, and women," he said. "They’ll ask personal questions such as "are you married?" or "do you have children?": this is a relationship-based society, and not to ask is rude; In addition, women marry and have children early in their lives.", he continued. "They'll touch you, get close, ..." - relationship-based society + a lot of people. 

Interestingly, I haven't been feeling "invaded" ... Once again, I'm in a big – but not too much – city. And I'm in a quiet residential area. I have also been able to successfully reconcile “me time" with everything else: the main relievers are 1) my own room with a balcony towards a peaceful terrace/garden of another house in the back; 2) the friendly and respectful-of-other’s-space flat mate; 3) the weekend getaways; 4) the entire group and the different activities that we're doing together; and, last but not least, 5) the extraordinary people of the organization that I came to support.

Escapadelas de fds | Weekend getaways

And, like that, India surprised me. 

Tags: caos, comida, espaço pessoal, food, impressions, impressões, picante, spicy, traffic, trânsito

 

About anagouvs

Profile

Follow Me

Where I've been

Photo Galleries

My trip journals


See all my tags 


 

 

Travel Answers about India

Do you have a travel question? Ask other World Nomads.