Passaram exatamente duas semanas desde o início desta aventura.
O ritmo tem sido frenético - embora, surpreendentemente, menos do que esperava em alguns aspetos! - e não tem deixado muito espaço à escrita. Mas tentarei começar a resumir estas duas incríveis semanas, certamente sem lhes fazer devida vénia.
It's been exactly two weeks since the beginning of this adventure.
The pace has been frenetic - although, surprisingly, less than expected in some aspects - and there hasn’t been much room left to writing. But I will try to begin summarizing these two amazing weeks, certainly without doing them justice.
Da viagem: uma história interminável
Tudo começou bem, no Porto. Era um pouco cedo, mas as hostes (leia-se, eu) estavam animadas.
Um pulinho, e estamos em Madrid. E que frio, senhores ouvintes! Mas não há tempo para contemplações! O próximo voo é já de seguida, e ainda há que calcorrear o aeroporto para encontrar o terminal certo.
Mas... “no pasa nada”! Já estamos a bordo, há "Wi-Fly" (modernices!) e filmes para todos os gostos.
Sete horas e pico depois, Abu Dabi. Já se sente o calor. O tempo de espera também não é muito longo e, sem dar por isso, é hora de embarcar de novo.
A bordo, o primeiro "encontro" com a comida picante. Experimentei, a medo, o molho verde apresentado, para depois, confiante, misturar garfadas com o arroz! Afinal não era assim tão mau! Pensava eu!... Vários copos de água depois, já estamos prontos para aterrar em Hyderabad, Índia!
Até agora, tudo bem! Voos sem atrasos, tudo tranquilo…. (embora a oração em árabe na descolagem me deixe um pouco ansiosa, confesso…)
E eis que surge o aeroporto de Hyderabad! Como em Luanda, Angola, a fila para passar no controlo de passaportes quase sai do terminal. E, como em Luanda, Angola, o calor dentro do aeroporto é de, literalmente, fazer escorrer gotas de suor.
Ainda fui, amavelmente, “salva” por uma senhora, do que deduzi serem “piropos” de alguns “senhores”. Nada de muito “invasivo” (até porque não percebi uma palavra do que diziam!). Mas a senhora chamou-me para perto de si, no que entendi ser um gesto de “proteção” e entreajuda. Haja bondade em todos os cantos do mundo!
Ufa! Finalmente pronta para “levantar” as bagagens! Ora muito bem… “tapete” 4… aqui está. Hmm, não vejo as minhas malas. Diga? Não percebo… As malas de Abu Dabi não estão neste “tapete”? Então, estão onde? Não, não pode ser, tenho que voltar lá, foi engano. Diga? De onde venho? Abu Dabi. Tiraram as malas do tapete? E puseram onde? Não percebo… Ah, ali estão elas! Obrigada!...
O sotaque vai ser claramente um desafio…
Ora bem, agora, segundo as instruções recebidas, devo levantar dinheiro no multibanco e apanhar um táxi “pré-pago” (dos outros não, que cobram o dobro!). Simples, certo? Há multibancos ali. Hmm… Este não tem dinheiro… E este está fora de serviço! E porque é que eu só trouxe 20€ de dinheiro trocado comigo?!
Nada de pânicos! Vou ligar-me ao Wi-Fi do aeroporto e chamar um Uber. O Wi-Fi não está a funcionar… E nem sequer apanho rede móvel!...
Troco os meus 20€ num balcão de câmbios. Tenho que assinar um formulário para o Governo a garantir que é a primeira vez que o faço (?!). Tenho rupias “à justa” para chegar ao alojamento, segundo as indicações que recebi. E se não chega?... Vou tentar um Uber outra vez. Boa, consegui! Ãh? Tenho que me encontrar onde com o motorista?
Depois de vários minutos para encontrar o local reservado para “recolhas Uber”, de cancelamento de um motorista por impossibilidade em encontrá-lo e de voltas e voltas à procura do segundo, eis que o encontro, estacionado, num parque, sentado dentro do carro, à espera, tranquilo.
Mais meia hora de viagem, chego à rua indicada. Mas não há números nas portas, e não sei onde é, e o motorista menos ainda. Tento ligar para o número que me deram, mas o meu saldo foi todo consumido a tentar encontrar o Uber…. Peço ao motorista para ligar, e ele acede (felizmente!). A custo, lá percebo onde é e consigo, finalmente, (mais de 3h depois de aterrar e já a amanhecer), chegar ao quarto que me está destinado. O cansaço é muito, mas ainda houve tempo para aquecer o coração com o cartão de boas vindas da _Social Starters.
E assim começa a jornada!
The journey: a never-ending story
Everything started well, at Oporto. It was a little early in the morning, but I was excited.
A little jump, and there’s Madrid! And, boy, it’s cold! But there's no time for contemplation. The next flight is right away, and I still have to run through the airport to find the right terminal.
But... "no pasa nada”! Already on board, there is " Wi-Fly " (modern stuff!) and movies for all tastes.
7 hours and change later, Abu Dhabi. You can feel the heat already. The waiting time is not too long either and, before you know it, it's time to board again.
On board, first "encounter" with spicy food. I first tasted, cautiously, the presented green sauce, to then, confidently, mix it generously with rice! It wasn't so bad after all! Or so I thought… Several glasses of water after, we're ready to land in Hyderabad, India!
So far, so good! Flights without delays, all quiet... (although the prayer in Arabic on take-off gets me a little anxious, I admit)
And along comes the Hyderabad airport! As in Luanda, Angola, the queue to pass the passport control almost exits the terminal. And, as in Luanda, Angola, the heat inside the airport leaves you – literally – dripping sweat.
I was kindly "saved" by a woman, from what I assumed to be "pickup lines" from some "gentlemen". Nothing too "invasive" (I obviously didn't understand a word they were saying!). But the lady called me to be near her, in what I understood to be a gesture of protection and assistance. There is good in every corner of the world!
Phew! Finally, ready to pick up the luggage! Alright... "belt" 4... here it is. Hmm, I don't see my bags. Say? I don't understand... The bags from Abu Dhabi are not in this "belt"? So, where are they? No, it can't be, I have to go back there, it was a mistake. Say? Where do I come from? Abu Dhabi. They took the bags off of the belt? And put them where? I don't understand... Oh, there they are! Thank you!...
The accent will clearly be a challenge...
Well, now, according to the instructions received, I must get money at the ATM and get a "prepaid" cab (not the others, they charge twice as much!). Simple, right? There are the ATM machines! Hmm... This one has no money. And this one is not in service. And why did I only bring €20 in cash with me?!
Don't panic! I'm going to connect to the airport Wi-Fi and call an Uber. The Wi-Fi is not working ... And I don't even get mobile network signal.
I change my €20 in a currency exchange counter. I have to sign a form for the Government to ensure that this is the first time I do it (?!). I have just enough rupees to get to the accommodation, according to what I’ve been told. What if it is not enough? ... I will try an Uber again. Good, I got it! Huh? I have to meet the driver where?
After several minutes to find the location reserved for "Uber pick-ups", cancelling a driver for not being able to find him and looking around and around for the second driver – behold! There he is! Parked, in a parking slot, sitting in the car, waiting, minding his own business.
Half an hour drive later, I’m at the street where the accommodation is. But there are no numbers on the doors, and I don't know where it is and the driver doesn’t either. I try to call the number they gave me, but my mobile phone balance was all used up trying to find the Uber driver... I ask the driver to make the call, which he does – thankfully!
At cost, I realize where the accommodations are and I finally – over 3:00 after landing and already at dawn – get to the room reserved for me. I’m really tired, but there was still time to warm up the heart with the welcome card of _Social Starters.
And, so, the journey begins!