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Ao redor do mundo Dicas e memórias pós viagem

Guatemala!

GUATEMALA | Thursday, 12 June 2008 | Views [4124] | Comments [2]

 

Um conhecido ditado entre os viajantes é de que quem faz a viagem são as pessoas que você encontra.  Já chega até a ser um clichê, em todas as línguas, mas não deixa de ser verdade. A Guatemala foi um dos países que mais gostei. Não sei se foi pelos companheiros de andança ou pelo lago entre vulcões e cachoeiras com lagos verde celeste (se é que existe essa cor).  Começo, no entanto, contando essa história pela minha conturbada entrada no país. Quem quiser ir direto às outras histórias, pule quatro parágrafos.

                Estava no México, há menos de 100km da fronteira, em Palenque. Havia uma viagem de barco bem empolgante para cruzar a fronteira e entrar na Guatemala. Eu e Rory, um australiano que trabalhou comigo na Califórnia e viajamos por um mês pelo México, descobrimos que ficaríamos ilegais nos Estados Unidos porque deveríamos ter entregue um cartão de saída (I-94) e não o fizemos na bagunçada travessia San Diego/Isidro-Tijuana.

                Rory já estava ilegal mas eu tinha a possibilidade de voltar aos EUA e devolver o tal cartão mas tinha apenas uma semana. Tenho como política de viajante nunca ficar ilegal em um país, então tive que voltar. Comprei uma passagem da Cidade do México(DF) para Dallas e no mesmo dia para Guatemala (capital). A viagem de Palenque até DF durou 14 horas, fui pro aeroporto e depois mais umas 14 horas entre esperas e vôos até chegar à Guatemala (capital). Rory seguiu direto para Guatemala.

                Na hora de entrar em Dallas o oficial de alfândega encrencou comigo e primeiro não queria deixar eu entrar, depois queira cobrar 260 USD para um novo visto. Eu com minha usual arrogância em aeroportos falei que meu visto era válido e de múltiplas entradas. Discutimos muito e vieram dois outros oficiais que me passaram no guichê de carimbos mas começaram um novo interrogatório. Vi que tinha que baixar um pouco a bola ali e depois de repetidas as mesmas perguntas várias vezes minha história colou e passei.

                Um agravante: Só tinha uma perna da passagem e minha saída da Guatemala era uma reserva muito suspeita e não confirmada. Nos EUA deu certo e na entrada da Guatemala nem pediram nada. Sempre tenho sorte nas viagens e mesmo com tudo pra dar errado confio no meu santo. A brincadeira saiu quase 500 USD, sem pagar outro visto, um golpe pra que viaja com orçamento baixo. Estes eram meus gastos para duas semanas com tudo incluso.

                Cheguei em Guate para passar a noite e ir no dia seguinte para Antígua. Não me senti seguro na capital e sinceramente achei um dos lugares mais ameaçadores que estive. Conheci pouquíssimas pessoas que gostaram de Guatemala capital e eu não recomendo mas cada viagem é diferente.

                Antígua, uma das capitais do império espanhol, é uma das atrações de toda América Central. Um terremoto no século XVIII à destruiu e há resquícios nas construções que não foram reformadas. Ponto de encontro de viajantes do mundo todo e boa base para viagens menores. Hostel Black Cat por 50 quetzal é uma ótima opção para ficar com café da manhã caprichado de verdade. Fiquei 2 dias, deixei minhas malas no guardo de equipo do hotel da frente e fui passar um fim de semana no Lago de Altitlán passando pela feira de Chichicastenango. Se não me engano os dias são quinta e domingo. Vale a pena ir mas para comprar não há nenhuma novidade. Lembre-se de barganhar. Um detalhe: fiquei quase 2 semanas no Lago.

                Em “Chichi” conheci a argentina Andrea – que mora em Ibiza – e o casal de israelenses Yoni e Rona. Eles me recomendaram o Hotel Xocomil em San Pedro La Laguna no Lago de Altitlán. No dia seguinte nos reencontramos e conheci ainda a argentina Margarita e o polonês Kristian que também moravam em Ibiza. Todos nos demos tão bem que começamos a nos chamar de família.

                Uma outra pessoa importante foi a alemã Jette e seu labrador Alastor. Conheci no barco de Panajachel até San Pedro. Ela estava viajando pela América Central por 7 meses e morando há 3 em Jaibalito, uma pequena vila bem isolada. Posteriormente fomos juntos para Antígua e Semuc Champei. No final tivemos um desentendimento e não nos falamos mais. Desculpe, mas quiser saber mais terá que me perguntar. Apesar de tudo foi uma grande companheira. Uma observação: Panajachel é o lugar para pegar barcos para as vilas a cerca do lago.

                Em San Pedro, na primeira noite fomos para o Babilon. Só há festa até 1 am. A não ser em propriedades privadas isoladas. No dia seguinte fui a Jaibalito, pegar Jette para passar o dia em San Pedro. Caminhamos de Jaibalito até San Marcos e de lá pegamos um barco para San Pedro. De noite fizemos o que fazíamos quase todas as noites: ficar na esquina da rua do embarcadeiro bebendo e jogando conversa fora. Houve também uma noite reaggae que valeu a pena.

                No dia seguinte fomos para San José para pegar umas crianças para brincar na praia. Kristian conhecia eles porque tem casa em San Pedro – que aluga por ser longe. Suas famílias morreram num deslizamento que matou mil pessoas. O nome da praia era cristalina, assim como suas águas.

                No dia de Passah (não sei a grafia), feriado judaico, Yoni e Rona fizeram um jantar para todos, em comemoração ao êxodo através do mar vermelho. Fomos depois para um bar de donos israelenses bem conhecido mas que não lembro do nome. Funciona como hostel também. Bem legal.

                Para ir ao nariz maya fizemos o seguinte caminho: Ir de condução até San Juan, depois para San Pablo, pegar outra até uma parte do caminho para Santa Clara. Há ainda uma trilha de 3 horas e meia desde San Juan.  Bem puxada, o mesmo caminho pelo qual descemos. Vale a pena ver o Lago de cima.

                Fui com Jette (e Alastor) para passar a semana santa em Antígua e ver as procissões e os tapetes de sal. Viajar com um cachorro se mostrou difícil várias vezes mas dá pra fazer. Só não foi possível para ela entrar na Costa Rica que não permitia entrada de animais domésticos. Acho que nem silvestres mas tudo bem.

                Em Antígua reencontrei com o australiano Rory. Ele gostou tanto de Antígua que ficou por um mês fazendo curso de espanhol. Foi bom reencontrá-lo. Tínhamos o plano de fazer toda a viagem das Américas juntos mas ele gastou demais e acabou ficando mais poucos meses pela América Central e nem foi mais ao Sul.

                Fiz o tour para ir ao vulcão ativo Pacaya, saindo de Antígua. A experiência foi totalmente válida para mim pois nunca havia estado em um lugar nem parecido. A subida é bela e o visual incrível. Gostei apesar da excursão guiada. Mesmo para viajantes independentes as vezes vale esse tipo de pacote, principalmente quando não há outra opção para chegar.

                Não fui mas a cidade de Quetzaltenango, conhecida como Xela, é uma cidade de jovens, acho que universitária, e vale pra que quer aprender espanhol. Cidade de porte médio, 120 mil pessoas, ouvi falar bem de lá. Fica a oeste do Lago de Altitlán.

                Um lugar muito remoto e que vale a pena está a cerca de 10 horas norte de Antígua. Passando por Cobán, se chega à Lanquin onde há o Hostel El Retiro que é famoso e legal. Mas a atração é mesmo Semuc Champei. Lagos e cachoeiras que são um verdadeiro paraíso. Há hostels mais próximos de Semuc mais o El Retiro vale mais a pena. Não recomendo as cavernas de Lanquin, só as próximas de Semuc Champei mas também não são imperdíveis.

                Seguindo norte por cerca de mais 10 horas se chega a Flores, destino usual para quem vai para Tikal. Depois do Lago e de Semuc Champei, realmente não vi nada demais por lá. Já havia estado em Palenque e Teotihuacan no México, sem contar Agkhor Wat, e não fiquei surpreendido com Tikal apesar de este ser o maior sítio maya já descoberto. As outras ruínas visitadas são Copán e Honduras, perto da fronteira com Guatemala. Me parece que a fauna lá é mais rica e frequentemente são vistos araras vermelhas. Com certeza mais fácil que ver um Quetzal, pássaro símbolo e raro da Guatemala. Um belga que conheci na Nicarágua falou que lá e em Honduras há lugares que é impossível não vê-los.

                Achei Flores demasiado quente e pela posição geográfica. Perto do equador, acredito que a temperatura seja assim durante todo o ano. O hostel Los Amigos por 25 Q é talvez a opção mais descolada mas recomendo ir para El Remate como base para Tikal. El Remate fica em um lago com águas transparentes e mais próximo de Tikal. O problema é seu tamanho e opções de transporte mas ser melhor que Flores não é difícil.

                Fui de Flores para Honduras. Há porém no caminho Rio Dulce e Livingstone que são conhecidos. Não espere paisagens caribenhas. Está mais para um mangue. Ouvi boas coisas e más e resolvi não ir. Não sei se perdi algo. Assim como as praias do pacífico que são menos visitadas e também não tenho muita informação.

 

Comments

1

e muito iportate

  matheus marins Jun 27, 2008 10:37 PM

2

Que doideira hein... Tenho maior vontade de fotografar na guatemala.

  thiago Jul 9, 2011 10:28 AM

 

 

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