Não, pessoal, ainda não passei a apreciar a famosa marca de cerveja stout da Grã-Bretanha; mas dois posts com um intervalo tão curto, por si só, já seria digno de recordes mundiais - afinal de contas, para quem já foi uma publicante compulsiva da "flogosfera" e hoje se contenta com um postzinho por mês aqui, arrumar tempo e assunto para escrever de novo em uma semana é algo a ser notado. Porém, são tantos os eventos a serem relatados desse feriado que merecia mesmo ser chamado um dos juízes do Guinness Book pra uma auditoria de urgência, rsrsrs.
A SAGA DO FERIADO
Capítulo I - A permanência dos que não foram
OK, como tinha dito, nos programamos para viajar no feriado a Mendoza, na Argentina, aonde tínhamos ido por um final de semana e visto quase nada - só deu tempo de visitar uma bodega, ir ao cinema ver Alice (tava difícil de segurar a ansiedade, já que a estréia não chegava nunca no Brasil e no Chile, rs) e jogar boliche, além de ficar tentando achar nossos amigos perdidos. Mas a primeira parte da programação já foi pro saco: o Ni agarrou demais na usina e não animamos a baixar em Santiago e correr o risco de não ter mais ônibus para lá, e acabamos ficando pra ir na sexta de manhã. Os meninos da obra, porém, resolveram tentar a sorte de foram de última hora, chegaram já sem nenhum ônibus disponível e tiveram muita, mas MUITA CORAGEM em pegar um micro-ônibus no meio da rua para não perderem a viagem. Mas mal sabiam eles que a aventura estava apenas começando...
Às 06h00, antes do despertador tocar para nos arrumarmos e tentarmos pegar o primeiro ônibus, o telefone fixo toca no andar de baixo. Enquanto eu torcia pra ser uma "ilusão de audição" e não ter que descer a escada correndo a essa hora da madrugada, a campainha para. "Graças a Deus", penso eu com os meus botões e enfio a cabeça debaixo do cobertor, e em poucos segundos o sr. Chico Lopes anuncia da escada: "Raoni, o Leandro acaba de ligar pedindo pra você buscar o passaporte dele em casa e levar, porque ele está preso na aduana". PUUUUUUUUTZ!!! - foi tudo o que conseguimos responder.
Aconteceu que o nosso amigo resolveu viajar todo pimpão com o seu recém-retirado documento de identidade chileno (a RUT), mas se esqueceu de que ainda era brasileiro... Rs Sem o passaporte e a tarjeta de turismo em mãos, não teve remédio: teve que ficar numa salinha sem calefação, com mais 14 "denegados" a prosseguir, esperando o ônibus de volta a Santiago. Por sorte nós não tínhamos desistido, e corremos para conseguir pegar os documentos do amigo rejeitado e seguir viagem, rs.
Chegando a Santiago, só conseguimos pegar o ônibus das 10h15, dando intervalo suficiente para conseguir tomar um saudável café-da-manhã de cachorro quente (o famoso completo). Como todo mundo teve a mesma idéia que a gente, tinha um engarrafamento monstro no Paso Los Libertadores! Demoramos 4 HORAS para chegar à aduana, e MAIS 4 HORAS pra conseguir sair dela - e dá-lhe fila, demora, revista e falta de paciência. No fim das contas, a viagem de cinco horas até Mendoza foi feita em onze, levando ainda de brinde mais uma hora rodando os hotéis e albergues de lá até achar lugar pra mim e pro Ni. Como diria o Luciano, um dos que se perdeu da gente na primeira viagem à Argentina: "Não sei se vocês são muito animados ou completamente loucos"!
Capítulo II - Curtindo o feriado
Enfim instalados, fomos tentar encontrar os outros do grupo e jantar. Por lerdeza conjunta, os três calcularam errado a mudança do fuso horário e adiantaram 1h dos relógios ao invés de atrasar; o resultado foi que quase ficamos sem jantar nesse dia, pois quando demos pelas horas, faltavam 15 minutos para meia noite, e já tinha poucas opções de jantar na Av. Las Heras. Quando conseguimos sentar em um restaurante que ainda nos aceitava, vimos os meninos perdidos passando na rua, e pelo menos um dos problemas foi resolvido; saímos para os bares da cidade, jogamos conversa foram regadas por muita Quilmes e combinamos o horário no dia seguinte em que iríamos nos encontrar e passear pela cidade.
Sábado de manhã, eu acordo esbanjando empolgação e ponho logo uma bermuda, porque a noite anterior estava fresca e nada parecida ao gelo absurdo que está o Chile. Para minha surpresa, tinha chovido na noite anterior, e à medida que íamos andando o tempo não esquentava nem um grau! O jeito foi sair comprando coisas no caminho pra me esquentar, porque não ia dar tempo de voltar no hotel antes do city tour que tínhamos contratado e eu estava simplesmente tremendo de frio...
O city tour foi muito legal, passeamos em todos os pontos de Mendoza que só tínhamos visto na internet, rs. Acabou na fábrica de chocolates La Cabaña, o único lugar desde que saímos do Brasil onde vimos um ovo de Páscoa que prestasse (e até de um tamanho bem considerável, cabia um garoto de 10 anos em pé dentro dele...rs). Compramos o delicioso dulce de leche, chocolate de rama e fomos pro hotel, um bando de trapinhos de gente loucos pra dar uma cochilada antes de sair pra jantar.
Mais tarde, fomos a um famoso restaurante local, Estancia La Florencia, onde várias personalidades já foram provar o excelente bife de chorizo. O lugar é tão popular que ficamos simplesmente 40 minutos na fila de espera, num frio absurdo, que só era aplacado pelo vinho Sete Fincas que estava em degustação pros clientes, hehehe. No fim a espera compensou, o jantar foi maravilhoso e a conta não ficou diferente do que eu pagaria pra comer no Pátio Savassi num domingo qualquer.
No fim de tanta comilança, duas garrafas de vinho e um mini espumante, a balada ficou pra próxima visita, já que nosso ônibus de retorno estava marcado para as 09h de domingo - mas esta era outra aventura por vir...
Capítulo Final - O regresso dos que quase ficaram
Como não poderia deixar de ser, Murphy deu mais uma forcinha pro nosso feriado. Na noite de sábado NEVOU na aduana, que acabou fechada por todo o dia e pôs a perigo o nosso retorno pro trabalho na segunda. No domingo de manhã estávamos aliviados, pois a notícia era que estava reaberto o caminho; só não contávamos que os ônibus que tinham tentado
atravessar no sábado voltaram para sair de novo no domingo!
A rodoviária estava lotada, a fila de remarcação das passagens dobrava o corredor e o estresse era geral. Depois de duas horas de confusão, falta de educação da companhia (NÃO VIAJEM DE EL RÁPIDO!) e tédio, conseguimos sair em direção ao novo engarrafamento da volta. O bom foi ver a paisagem, que estava linda cheia de neve, e tivemos que encarar com bom humor os trâmites ainda mais lentos do que o normal. Além de passar na aduana, ainda "curtimos" 40 minutos de fila de banheiro e mais de 1h de fila pra comprar lanche - e a dona ainda riu da nossa cara quando explicamos que não era pra colocar abacate no nosso cachorro quente (!!) porque isso é coisa de se comer com leite e açúcar. Vocês não imaginam a comoção que foi dentro do trailer quando a gente falou isso...
Por fim, chegamos a Santiago... Fim da aventura? NÃO! Ainda teve o derradeiro desencontro, no qual duas pessoas do nosso grupo compraram cinco passagens pra todo mundo, nos desencontramos de novo e quem ficou pra trás, com quatro passagens extra na mão, foi justamente o Diego, o único que não tinha celular pra ser avisado do engano. XP
Devo dizer que não me canso das desventuras do Chile, apesar de sempre falar que não faço essas coisas de maluco nunca mais, hehehehe!
CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS!
Pronto, está acabando o post mais longo da história desse blog (só falta essa joça deslogar e eu perder o post, aí eu morro! rs). Aguardem cenas dos próximos capítulos: Ana Titikita e minha caracunha Maíra estão chegando na semana que vem, e o período promete!! Já que a Ana foi minha companheira de faculdade, Murphy é tão certo de estar presente na viagem quanto a poluição de Santiago; e a presença da Má só vem assegurar de que vai ser tudo um grande programa de índio!
Bjim!
Amandita
PS: Essa merda deslogou SIM, e simplesmente não aceita quebra de página mais!! Acho que tive que escrever esse post umas 15 vezes, credo!!