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A improvável viagem de trem

INDIA | Saturday, 8 November 2008 | Views [1022]

Depois da confusão pra comprar a passagem... a viagem. O atraso no trem nos dá tempo pra comer umas delícias locais. Fico feliz por todos os anos de treinamento estomacal, comendo porcarias na rua São Bento (hummm, deliciosos churros de 50 centavos!) e acarajé em qualquer biboca de Salvador. Já levo três semanas na Índia me esbaldando na experimentação gastronômica e nem uma diarreiazinha, veja só! Praticamente uma aberração, todos os viajantes que conheci até o momento já tiveram suas “corridas” na Índia. Hora de embarcar! Seguimos para a plataforma e procuramos nosso vagão. Sem nem olhar nosso bilhete várias pessoas nos indicam os vagões de primeira classe, usados por quase todos os estrangeiros que viajam de trem na Índia. Mas não, sabemos que não estamos na primeira classe. Nem na próxima. Nem na seguinte (Sleeper class). Hum, essa outra deve ser a nossa. Uau, parece bem legal – CC, ou “Chair”. Não tem ar condicionado, claro, mas está bem acima das nossas expectativas! Entramos no vagão da classe “CC” e percebemos que não há mais lugares pra sentar. Xi.... o pior mesmo é descobrir que essa não é nossa classe! Descemos do trem e andamos mais um pouco. Lá no fim, no finzinho de tudo, há um vagão superlotado, onde as pessoas, bastante barulhentas (pra dizer o mínimo) estão em pé. Oh-oh. Essa é nossa classe. Essa É a nossa classe. NOSSA CLASSE, JUANA! E agora? Vamos ou não vamos? Caramba, parece não haver espaço pra uma mosca sequer, como vamos conseguir entrar com as nossas mochilas aí???? Além disso, não custa lembrar que são SEIS horas de viagem. Em pé não vai rolar, muito menos com essas mochilas pesadérrimas nas costas. Momento de silêncio. Não falamos nada mas sabemos o que a outra está pensando. Algo como “agora danou-se!”. Mas o “danou-se” MESMO ainda estava por vir, pois, de repente... o trem começa a andar!!!! Num reflexo corro até a classe “CC” (que, sabemos, não é a nossa) e pulo pra dentro do vagão. Juana me segue e pronto, já foi. Estamos dentro. O plano é: se alguém perceber que essa não é nossa classe faremos cara de paisagem florestal e saltaremos em qualquer estação. O início da viagem é um pouco conturbado, pois tenho que sentar no chão e Juana senta com meia-bunda num assento oferecido por três pessoas que já se apertavam em um banco. Mas depois três adolescentes me oferecem um lugar também (como atração turística tenho direito!) e a viagem transcorre sem maiores problemas, embora eu não consiga mexer os braços nem as pernas. Não, nenhuma paralisia temporária, apenas pura falta de espaço, mesmo. Os trens são feitos para indianos, que são pessoas pequenas. Embora eu não seja exatamente grande, sou bem maior que os indianos em geral, o que me coloca em aperto em qualquer tipo de transporte local. Um pouco mais quando o veículo já está lotado, como agora. A viagem leva um pouco mais que as seis horas programadas (ah, surpresa!?!) e chegamos em Satna às 9:45 da noite. É como eu disse… na Índia nada é simples.

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