28/03:
Acordamos as 4:30 e pegamos um tram para a Fraz-Josefs Bahnhof para pegar um
trem para Ceske Budejovice e, de la, para Cesky Krumlov. Estavamos com um pouco
de receio dessa viagem por causa de toda confusao para comprar as passagens,
mas as coisas deram certo. Na verdade, por muito pouco nao descemos em Ceske
Budejovice. Estavamos meio dormindo na cabine quando eu vi um monte de gente
entrando e resolvi perguntar pra alguem no corredor. Era a nossa parada. Saimos
correndo quando estavam fechando a porta do trem para que ele continuasse a
viagem. Em Ceske Budejovice, um funcionario da estacao primeiro nos levou para
um vagao e disse que a locomotiva viria busca-lo. Ainda bem que ele lembrou da
gente e voltou, pedindo desculpas e dizendo que deveriamos ir pra outro vagao.
Em Cesky Krumlov, com todas as malas, descemos a montanha ate a cidade velha.
La comemos num restaurante bem legal, estilo taverna, chamado U Dwau Marii (Two
Marys). Comemos um prato com frango e batatas, ao estilo tcheco. Depois do
almoco, pegamos um walking tour "privado", pois estavamos sozinhos. A
guia nos contou sobre as familias a quem o castelo do sec. XIII pertenceu e
sobre a arquitetura. A cidade e Patrimonio protegido pela Unesco. Corremos para
pegar um tour pelo castelo e foi bem legal. Ficamos sabendo da historia de cada
uma das familias, vimos quartos renascentistas, barrocos e o Masquerade Hall.
Como curiosidade, um dos nobres que foi proprietario do castelo obrigava seus
convidados a beber dois litros de vinho em um so gole antes de audiencias. Se o
convidado nao conseguisse, teria que tentar novamente. Parece que as sessoes
eram bem longas (ate que as pessoas conseguissem). De la, corremos para pegar
um trem para Ceske Budejovice e, de la, para Praga. Em Praga, sem mapa, tivemos
que caminhar e perguntar bastante ate achar o Old Prague Hostel. No fim,
foi um dia bem cansativo.
29/03: Na
manha, fomos ao Hradcany (Distrito do Castelo) e visitamos o Old Royal Palace,
um Palacio cuja primeira construcao e do sec. IX, a St. Vitus Cathedral, uma
bela catedral, uma torre, St. George's Basilica e a Golden Lane, uma ruela com
casas pequenas e portas super baixas, onde moravam os trabalhadores no passado.
Deu pra sentir que Praga e 100% turistica. Todas as pessoas carregam uma camera
fotografica na mao. Saindo de la, fomos ao Museu do Kafka, que e muito legal.
Ele relaciona o Kafka com o bairro judaico e explora toda a sua vida. Saindo de
la, paramos para almocar e eu tive uma discussao com o Jouni. Ele parecia nao
se interessar por nada que faziamos e ficou o dia todo no celular falando em
finlandes. Uma hora senti que ele estava reclamando. Quando paramos, falei pra
ele que se ele quiser falar alguma coisa, que dissesse pra mim e que esse era o
unico jeito de fazer as coisas darem certo. Ele reclamou que estavamos correndo
muito e eu falei que me esforcaria pra nao correr tanto. Na volta, compramos
passagens pra Cracovia e encontramos a Regina, uma menina da FEA que faz
intercambio no sul da Alemanha com quem tinha falado por e-mail. No hostel
tomamos umas cervejas com umas meninas da Costa do Marfim (que estudam na
Belgica e na Franca), um cara da Nova Caledonia (estuda na Belgica), um
americano e uma australiana. Depois, fomos para a famosa balada de 5 andares na
Karluv Most (Charles Bridge). Fiquei um pouco decepcionado. E muito grande e
tem todo o tipo de gente. Tinha galera de 15 a 50 anos de idade. Achei igual a qualquer
balada media.
30/03: De
manha fui com o Jouni ao Museu de Instrumentos de Tortura. E engracao ate onde
a imaginacao (e crueldade) das pessoas pode chegar. A exibicao mostra alguns
instrumentos, desenhos, a historia de cada instrumento e explica em detalhes
como ele funciona. De la, saimos para caminhar ate St. Nicholas Church e,
quando passavamos pela Karluv Most, encostamos na estatua que todos encostam.
Nao sei o que significa, so segui o fluxo. Depois, para a satisfacao do Jouni,
paramos em um cafe em frente ao relogio astronomico para ver a famosa mudanca
das horas. La nos encontramos com a Regina e fomos ao Museu do Comunismo. Foi
muito interessante, pois conta a historia da Tchecoslovaquia desde 1918 e o
ambiente e legal porque eles colocam cartazes e objetos da epoca alem dos
textos. Vimos um video sobre a Velvet Revolution de 1989. De la, no fim da
tarde, aproveitando o sol, fomos ao Riegrovy Sady, um parque muito legal. Era
domingo e o tempo estava bonito, entao o parque estava cheio de gente sentada,
lendo, jogando frisby, com cachorros... A noite, ainda cansados da noite
anterior, fomos tomar uma cerveja num bar com jazz ao vivo.
·
31/03: Pela
manhã nos separamos e eu fui ao Josefov, o bairro Judaico. Comprei um ingresso
que valia para todos os principais pontos lá. Comecei pela Pinkas Synagogue.
Hoje, ela é um memorial com os nomes de 80 mil judeus da região da Bohemia que
morreram na Guerra. No andar de cima fica uma exposição bem marcante. São os
desenhos de crianças que estavam em Terezín (campo próximo a Praga) fizeram. O
mais triste é que a enorme maioria dos desenhos tem três datas: a de nascimento
da criança, a data em que o desenho foi feito e a morte da criança. Lá do lado
fica o Old Cemetery, que tem as lápides umas em cima das outras por causa da
falta de espaço. Os túmulos datam desde o séc. XIII até o XVIII. Há alguns
fragmentos de túmulos mais antigos, mas a maioria foi destruída em um Pogrom. A
Klausen Synagogue tem uma exposição sobre os costumes judaicos. Depois, fui
para a Staronova Synagogue (Old-New). Ela é a mais antiga da Europa (séc. XIII)
e ainda é usada como sinagoga. Segundo a lenda, o Golem ainda está lá em cima.
A Maisel e a Spanish Synagogues têm exposições com a história dos judeus da
Bohemia desde o séc. X até hoje. Ainda deu tempo de ir ao cemitério novo, onde
há placas que me levaram ao túmulo do Kafka. À tarde nos encontramos e
almoçamos ao ar livre (graças ao ótimo tempo) em um restaurante legal perto da
Karluv Most. Comi um linguado com purê de batatas. À noite ficamos no hostel
com o pessoal
1ͦ/04: Fizemos check-out e fomos pelas margens do Vtlava
até o Dancing House, um prédio legal que parece estar dançando ou caindo.
Depois, subimos o morro próximo ao castelo, de onde se tem uma ótima da cidade.
Lá em cima, caminhamos por uma espécie de parque. Após descer e comer num
Subway, caminhamos, escutamos música na Karluv Most, sem muitas idéias de
programas. À noite, fomos à estação pegar nosso trem para Cracóvia.