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Galegos por aí

Indonésia: lugar perfeito para vagabundar

INDONESIA | Wednesday, 25 June 2014 | Views [451]

Flores

Flores

Sei que sou conhecida por ser uma pessoa dinâmica, aventureira, trabalhadora, cheia de energia. Mas vou dizer a verdade, a pura verdade: Meus dias preferidos são aqueles, em qualquer lugar maravilhoso, sem fazer nada. Nadica de nada! Adoro vagabundar! E para isso algumas ilhas da Indonésia são perfeitas.

Sei também que normalmente a ideia que se tem de uma viagem de muitos meses como a nossa é de só curtição e alegria, mas também vou falar a verdade: não é bem assim.

Há dias que trabalho bastante pesquisando o próximo destino, descobrindo o melhor meio de nos deslocar, a melhor região na cidade para nos hospedar. Tenho que comprar bilhetes, fazer reservas de hospedagem, administrar as finanças, fazer nossos pagamentos bancários (e para isso tenho que procurar boa internet e lembrar de carregar os equipamentos). Temos que lavar as poucas roupas, comprar produtos de higiene, procurar lugares com comida boa e confiável... ou seja, não é só vida mansa.

É verdade também que adoro os dias em que estamos nos adaptando aos novos lugares e culturas, assim como adoro os dias de aventura com esportes.

 Mas os melhores são os dias de vagabundagem, aqueles que chamamos de “days off”. Assim passamos várias semanas em  três ilhas paradisíacas na Indonésia, como idealizamos em nossos melhores sonhos: Flores, Gili Air e Kanawa. Estávamos na companhia de Pablo e Karina, o que nos permitiu ainda vagabundar em grupo, o que torna o ‘fazer nada’ ainda mais prazeiroso.

 Em Flores ainda teve um pouco de adrenalina. Mergulhamos num ponto conhecido pelas Raias Manta e demos de cara com esses animais enormes, com 5 metros de envergadura, nadando bem debaixo de nós. E visitamos a ilha de Komodo, onde foi a vez de não só vermos, mas chegarmos bem perto dos dragões de Komodo, um dos animais mais perigosos e antigos do planeta. Só existem nesta ilha, cuja visita só é permitida na companhia de vários guias, cheios de histórias horríveis sobre o ataque a turistas mais ousados.

Mas em Gili Air e Kanawa foi só moleza. Dois dos lugares mais lindos em que já estivemos, com a facilidade de ter o mar a poucos passos dos nossos bangalôs, com águas calmas, muito azuis e transparentes, com um jardim de muitos corais e toda vida marinha à nossa disposição. Era só levantar da rede e mergulhar, quando a preguiça permitia, é claro. Passávamos horas dentro d’água admirando lulas, tartarugas, estrelas do mar, polvos, corais de todas as formas e cores, ostras, lagostas, várias espécies de  peixes que nunca tínhamos visto ao vivo e até tubarões. Sim, dóceis tubarões que perseguíamos até cansarmos. Depois era só desfrutar da boa comida, boa música e bom papo com nossos amigos. Ler um bom livro, meditar, fazer uma boa massagem, caminhar pela praia ou ruelas sem carros, sem internet para nos tentar, sem hora para dormir ou acordar... Deixar o relógio biológico mandar.

Em Gili Air paramos num restaurante para almoçar vendo o por do sol quando o garçom colocou música brasileira e esperamos a comida dançando forró. O engraçado era que o cara só conhecia uma palavra em português, cujo significado parecia desconhecer e que algum brasileiro bem humorado o ensinou: maconheeeeeeiro! Era isso que dizia toda vez que vinha à nossa mesa, e morríamos de rir.

 Em Kanawa nos hospedamos em Bali-balis, que são pequenas cabanas onde só há uma cama com mosqueteiro e cortinas de bambus ao invés de paredes. Energia elétrica só de 18 às 21 horas, à base de gerador, e que era mais que suficiente. Na ilha inteira só essa pousada com alguns bangalôs e alguns bali-balis. Como a brisa era muito agradável, dormíamos com as cortinas abertas, e víamos o sol nascer e se por da nossa cama. Nada para fazer: só comer, beber, dormir e mergulhar.

Nestas ilhas não foram somente “days off”. Foram “semanas off”. A única coisa difícil a fazer era tomar a decisão de ir embora de lugares assim, mas sempre na esperança de encontrar muitos outros por aí.

 
 

 

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