Indonésia: Começando por Bali
INDONESIA | Sunday, 8 June 2014 | Views [701] | Comments [1]
Casas que são pequenos templos
Um desafio escrever sobre a Indonésia. Passamos um mês por lá e claro que foi pouco diante daquela quantidade enorme de ilhas, mas principalmente por que cada uma delas tem sua particularidade e seu encanto.
Elegemos Bali como nosso primeiro destino, embora não conseguíssemos entender direito a contraditórias opiniões sobre essa ilha. Uns adoram, outros dizem que não representa o que se imagina da Indonésia. Só depois de lá estar é que entendemos. Bali não é uma praia ou uma cidade, é uma ilha enorme, com várias cidades e vilarejos, interligados por estradas estreitas e um trânsito caótico. Para nós foram 3 distintas experiências: Bali da tradição- Ubud e região; Bali do surf- Padang Padang e Balian Beach e Bali das compras- Kuta e redondezas.
Desembarcamos em Denpasar, a capital, uma cidade grande como outra qualquer, que é a base para se viajar pelo país. Seguimos direto para Ubud, e aí começamos a entender o tamanho da ilha: duas horas de carro até lá.
Ubud é um charme, tudo cuidado com esmero e capricho, e muitas flores enfeitando cada detalhe. Casas e pousadas que tem pequenos templos hindus, onde diariamente acontecem cerimônias. Na minha ignorância pensava que a religião predominante seria o budismo, mas é o hinduísmo. Nos hospedamos ao lado de um pequeno arrozal, alugamos uma motoca e pudemos nos perder por vários outros arrozais passeando de moto. Visitamos um belo templo que nos impressionou bastante, o Holy Spring Temple, que tem uma fonte de água que os hindus consideram sagrada. Lá foi o único templo em que mesmo não sendo hinduístas, pudemos entrar em áreas de purificação. Na verdade são piscinas com várias quedas d’água. Entramos em silêncio, deixamos a água cair em nossas cabeças seguindo a sequência correta das quedas que haviam nos falado e realmente nos sentimos abençoados. Um ritual mágico!
Assistimos um espetáculo de dança típica com fogo, em que os dançarinos cantam e parecem entrar em transe. No final um deles chuta descalço a fogueira, espalhando brasas por todo lado. Os outros recolhem tudo e lá vem o maluco e chuta tudo de novo, até em cima da plateia. Isso se repete até as brasas acabarem e é uma doideira!
Em Ubud nos encontramos com os “meninos” da viagem “500 Dias pelo Mundo”, Pablo e Karina. Combinamos apenas um jantar, mas foi um encontro como quem encontra velhos amigos. Trocamos muitas histórias, experiências e demos boas risadas. Acabamos por viajar juntos um mês inteiro por toda a Indonésia, formando o que chamamos de Quadrado Perfeito ou o Quarteto em Nós ou ainda Quadrilha. Pura sintonia e diversão!
Juntos e espremidos num jipinho viajamos para Balian Beach, um recanto de surfistas ao norte de Bali, onde pudemos desfrutar a paz de uma praia pouco explorada, meditar e fazer yoga. Para lá vão os surfistas com um pouco mais de juízo, pois a praia é menos perigosa e vimos pais e crianças surfando juntos. Também pudemos visitar bonitos templos a beira mar em cima de penhascos
Astral bem diferente do que encontramos em Padang Padang, a meca mundial do surf. Cheia de surfistas brasileiros (inclusive comemos até um PF de arroz com feijão!). Conhecida por suas enormes ondas e tubos perfeitos, mas com um fundo de pedras, corais e ouriços, o que torna o esporte muito perigoso, e ali só entram os feras completamente radicais. Mas é lindo de se observar. Lá encontramos um amigo de infância do galego, Felipe Dantas e sua esposa Tatiana, que malhava na mesma academia que eu. O cara foi campeão brasileiro de surf mais de uma vez, e fazia parte da elite do surf mundial, infelizmente numa época que surf não era tão rentável como hoje. Mas ele é super respeitado por lá, e me deu aulas (teóricas porque não sou tão doida) e pude entender melhor as ondas e o esporte: viajando se aprende de tudo mesmo!
Com os dois conhecemos outro lado de Bali: a Bali das compras, shoppings centers, outlets de roupas de esporte, fábricas e lojas de artesanato. Como os dois passam por volta de 3 meses por ano em Bali, conhecem tudo. Rodamos um dia todo com eles pela região de Kuta, Legian e Semyniak. Um trânsito congestionado, motos por todo lado e muita buzina. A vontade era de alugar um container e levar um pouco de tudo! Mas seguimos só com nossas mochilas mesmo... Ainda temos muito o que conhecer na Indonésia e pelo mundo afora!
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