Por pouco não visitamos as Filipinas. Pesquisamos rapidamente qual seria a época das monções (período de chuvas intensas) e achamos que não daria para ir agora. Viajar nas monções é completa roubada.
Estávamos planejando para onde ir quando recebemos um whatsapp de um casal de viajantes amigos nos dizendo: “Estamos indo para as Filipinas. E vocês?”.
Aqui vale um parêntese. Pablo e Karina são um casal de brasileiros que estão viajando desde fevereiro de 2013 e temos acompanhado o blog deles “500 dias pelo mundo” desde então. Passamos a nos comunicar com frequência, recebemos preciosas dicas quando antes e durante nossa viagem e nos tornamos amigos virtuais.
Para as Filipinas? Como assim? Não começaram as monções por lá? Eu e galego nos olhamos e já sabíamos que decisão tomar. Pesquisamos mais profundamente as informações desencontradas sobre o início das chuvas, concluímos que era viável e decidimos que as Filipinas seriam nosso destino depois de Brunei! Graças a uma simples mensagem.
Me senti em casa desde que pus os pés lá. Essas coisas difíceis de explicar. País cristão, povo alegre, muito risonho, totalmente relax. O que para nós seria motivo de xingamento no trânsito, só para citar um exemplo, é motivo de uma grande gargalhada para eles.
De Manila voamos para a ilha Palawan, uma das milhares ilhas que formam esse país- arquipélago. Em Port Barton, um pequeno vilarejo de pescadores conhecido como um dos lugares mais lindos do planeta, conhecemos Veronica, uma filipina que fala português e fizemos boa amizade com ela e sua amiga Prency. Na manhã em que elas iriam embora ficamos conversando após o café da manhã, aguardando que o ônibus passasse. Eu fiquei intrigada pois já havia passado muito tempo do horário previsto, mas elas disseram que era assim mesmo, e que o ônibus iria parar lá e chamar por elas. Duas horas depois de muito bom papo elas descobriram que foram deixadas para trás. E como só há um ônibus por dia, só poderiam viajar no dia seguinte! Veronica tinha outra viagem já comprada e Prency compromissos profissionais. Mas elas não se estressaram por nenhum segundo. Simplesmente falaram: então vamos passear de barco com vocês! E foi um dia maravilhoso, quando tive oportunidade de aprender com Prency e o barqueiro a preparar vários pratos típicos.
De Porto Barton viajamos de jeepney para El Nido. Um jeepão onde normalmente caberiam 15 pessoas viajamos 40 adultos e 4 crianças! E muita bagagem, algo inacreditável. 10 pessoas viajando na capota e o cobrador sentado no pára-choques! Mas muito divertido.
E foram dias de muito sol e calor, belíssimas ilhas com prainhas desertas, horas e horas de snorkelling vendo jardins coloridos de corais e peixes num mar extremamente claro, passeios de caiaque e de barco. Sempre num ritmo desacelerado e alegre. Esse é o ritmo das Filipinas.