Ah,
Paris...
Depois de
perder meu vôo e amargar quase 5 horas de espera pelo vôo seguinte no aeroporto
de New York, finalmente consegui pegar o avião pra Paris. Ah, Paris... Ou, como dizem os
parisienses... Ah, Parriiiiiiiii....
Cheguei
numa terça-feira por volta das 11 da manhã. Depois de um trem e duas baldeações
no metrô, de ser atropelada por multidões de franceses mau-humorados e de colocar meus pobres músculos à prova pra subir as escadas das estações com a
mochila-rolante (porra, cadê os elevadores??? Será que não tem deficiente
físico em Paris, não?????), finalmente cheguei à casa de Ricardo, meu “point”
em Paris.
Umas
voltinhas pela região de Saint Germain de Prés, onde fica o studio de meu host, um crêpe pra matar a fome e...gastei
o dia dormindo. Sim, eu sei que todo mundo acha que não se pode dormir quando se
está em Paris! Entretanto, a diferença de horário de New York pra Paris é de
nada menos que 6 horas e eu havia virado a noite acordada em vôo. Preciso comer
e dormir bem pra não ficar doente! Parece que eu estou perdendo um dia
dormindo, mas a verdade é que estou refazendo as energias pra depois não perder
nenhum dia doente.
Às 8 da
noite, quando meu amigo chegou do trabalho, finalmente acordei e saímos pra minha
primeira noite parisiense, que não poderia ter sido mais “francesa” e perfeita:
fomos comer crepe no grego (delícia!) e de lá, armados com duas garrafas de
vinho tinto e uma canga, sentamos em Champs de Mars, sob a torre Eiffel, e por
lá ficamos horas botando os assuntos em dia, falando mal dos franceses, falando
da vida... De hora em hora a torre, que atualmente está iluminada de azul em
homenagem à União Européia, piscava como se estivesse coberta com milhares de estrelinhas. Ao final já havíamos matado as duas garrafas de vinho e, sim, pode
ser que o efeito do fermentado tenha ajudado a multiplicar bastante o número de
estrelinhas – e também o número de torres Eiffel, já que eu pensava que só
houvesse uma em Paris mas eu juro
que vi um monte delas, todas juntinhas dançando can-can!
Andar por
Paris no verão é delicioso. Eu já havia estado em Paris na primavera de 2000 - e
passei um frio danado!- mas no verão a cidade parece ganhar mais vida, é fascinante.
Caminhei pelos locais onde havia estado 8 anos antes e parecia estar andando
por uma nova cidade. Eu me lembrava bastante das atrações de Paris, mas
sinceramente não me recordava de onde as coisas estavam localizadas, o que era perto
do que...
Jardins de
Luxemburgo, Panthéon, Notre Dame, Louvre, Champs Elisées, Arco do Triunfo... Revisitei
todos esses lugares e senti o mesmo arrepio de quando os vi pela primeira vez.
A beleza da cidade é mesmo incomparável e olhar as construções me faz lembrar
de todas as aulas de História no colégio. Imagino as pessoas circulando com
roupas de época (sem efeito de vinho dessa vez, gente!), imagino comércio,
imagino a vida. O studio onde fui "acolhida", mesmo, é uma construção do século
17 numa rua lindíssima e super do jeito que a gente vê nos filmes que tentam
retratar os séculos passados na Europa. Assim que entrei no prédio, subindo as
escadinhas estreitas, de madeira, já comecei a “viajar”... tantas pessoas já
devem ter vivido ali, como será que era??? Como eram essas pessoas? Que tipo de
gente viveu ali?
Em um dos
dias que se seguiram apareceu Loli, uma amiga de Ricardo, brasileira, que
estava viajando pela Europa. Vinha de Amsterdam e teve que ser realocada na
casa de um outro brasileiro super gente-fina, pois o “albergue” do Ricardo já
estava ocupado... por mim... Mas passamos o dia juntas e fizemos o programa mais improvável
pra um turista: fomos a Paris-Plage, uma praia artificial que a prefeitura
monta no verão à beira do Rio Sena. Certo, programinha nada cultural, mas a
bizarrice foi divertida. A “praia” é ridícula, mas confesso que ainda mais
ridícula era a nossa dúvida antes de vê-la: será que pode entrar no Rio
Sena????? As pessoas de biquíni (inclusive nós duas), a areia de
mentirinha... Só faltou a farofa. E ainda fomos abordadas por uns tipos que
estavam fazendo um vídeo para o casamento de Ben e Sarah (quem?????) e na maior
boa vontade encenamos uma historinha pra galera (em inglês, claro, pois nosso
francês não é muito digno de aplausos). E depois desejamos felicidades para os
noivos – em português, pobres Ben e Sarah, não vão entender nadinha do que as
maluquetes estavam dizendo!
Loli voltou
pro Brasil no dia seguinte e eu acabei ficando. À noite, queijo e vinho à beira
do Rio Sena com Marcelo, Ricardo e Fabíola, a próxima hóspede. Por fim,
outro programa delicioso: piquenique nos Jardins de Luxemburgo em uma tarde
quente e ensolarada!!! Cara, que demais!!! Não temos o costume de aproveitar
espaços públicos no Brasil, o que é uma grande bobagem. Esse tipo de programa é
uma maravilha, baixo custo e alta diversão!
Bom, e
agora cá estou dentro de um TGV, um trem de alta velocidade, a caminho de Lyon.
Aliás, quase perco o trem também... ando calculando mal as distâncias e
tempos... mal entrei e o bichinho saiu, não deu tempo nem de guardar a mala!
Resumo de
Paris: cidade linda, queijos e vinhos deliciosos e baratinhos, companhias e programas divertidos e perfeitos.