Muita gente
vem me perguntando quanto custa dar uma volta ao mundo. Bom, eu imagino que,
dependendo do “estilo” da viagem o valor pode variar absurda e indecentemente.
Muito mesmo.
O meu
estilo, no entanto, é o mais simples possível. Quem me conhece sabe que me
adapto facilmente a todo e qualquer tipo de ambiente – e essa adaptabilidade é
o meu grande trunfo pra tirar o máximo proveito da viagem. Afinal, eu não quero
voltar completamente lisa pro Brasil!
Assim, a
hospedagem será, em regra, em Albergues da Juventude. Eu sei, em português o
nome fica associado a mendigos e algumas pessoas acabam torcendo o nariz... mas
o fato é que os albergues (hostels,
em inglês), além de uma hospedagem de baixíssimo custo, permitem que o viajante
tenha acesso a outros viajantes independentes – e todas as histórias, roubadas
e dicas que esses viajantes tenham pra dividir.
Engana-se
quem pensa que hostels são apenas pra
jovens. Há muitas famílias e até grupos e casais de idosos. Aliás, muitos hostels possuem os chamados “quartos
para famílias” e “quartos privados”, que são como quartos de hotel – apenas sem
o luxo e charme.
Já nos
dormitórios (dorms, em inglês) a
pessoa divide o quarto com estranhos. Geralmente os dorms são divididos por sexo, mas também podem ser mistos. Variam
de 3 a 12 ou mais pessoas no quarto – tudo depende do hostel e suas regras.
Outra
vantagem de um hostel é a cozinha
aparelhada e cheia de utensílios, que a maioria possui. Isso pode reduzir o
custo com alimentação e permitir uma dieta mais saudável. Afinal, se a gente
come na rua o tempo todo acaba se enchendo de porcarias, não come tudo o que o
corpo precisa e tende a ficar com a resistência baixa. E, óbvio, ninguém quer
ficar doente viajando!
A passagem
que comprei é a de volta ao mundo (ou RTW – round the world). Não sabia que
existia??? Pois é, a maioria das pessoas não sabe mesmo. Fiquei surpresa ao
perceber que até mesmo agentes de turismo desconhecem essa passagem ou, no
máximo, já ouviram falar mas não tem idéia das suas regras.
Sendo
assim, vale uma breve explicação de como funciona: quem as vende são as
alianças de companhias aéreas (como Star Alliance, OneWorld e Sky Team). As
regras podem variar um pouco de uma aliança pra outra, mas de uma forma geral a
viagem deve começar e terminar no mesmo país, incluir um (e apenas um) vôo
transatlântico e um transpacífico e, depois de deixar uma região (o mundo é
dividido em regiões pelas companhias) não é possível retornar à mesma.
Quem
pretende fazer uma viagem de volta ao mundo deve pesquisar, dentre todas as
alianças, qual a que oferece os melhores vôos para o roteiro que você pretende
fazer.
Eu, por
exemplo, fechei com a OneWorld. Na ocasião, tinha direito a 20 cupons que podem
ser usados em até um ano. Foi muito difícil entender o que é um cupom – nem os
operadores da companhia aérea, que foram sempre muito prestativos e atenciosos,
souberam explicar. Aos trancos e barrancos eu concluí que cada cupom é um vôo;
se para chegar do ponto A ao ponto B você precisar de uma conexão, significa
que usará 2 cupons para o itinerário. Se precisar de 2 conexões, serão 3 cupons
e assim por diante.
Além disso,
sempre que o seu vôo seguinte partir de um local diferente daquele onde seu vôo
anterior tenha pousado, o trecho entre esses dois lugares é considerado um surface sector. Na prática é um trecho
que você faz por sua conta – não importa se de carro, avião, bicicleta, carona,
trem, jegue... O que importa é que cada surface
sector também conta um cupom.
Além dessas
regrinhas básicas, a passagem de volta ao mundo possui definições e limites
quando ao número máximo de paradas em cada continente ou região e número de
milhas da viagem.
Pra quem
estiver interessado, vale consultar os sites das alianças (Star Alliance – WWW.staralliance.com, Oneworld – WWW.oneworld.com e Skyteam – WWW.skyteam.com) e entrar em contato com uma
das companhias que fazem parte da aliança para simular os trechos e saber o
preço.
Os meus
trechos com a passagem RTW, que fechei no fim de maio de 2008, serão os
seguintes:
De/ From | Para/ To |
SP | Dallas, USA |
Dallas, USA | Vancouver, BC, Canada |
Surface Sector |
Toronto, Canada | NYC, USA |
NYC, USA | Paris, France |
Surface Sector |
Madrid, Spain | Berlim, Germany |
Surface Sector |
Budapest, Hungary | Istanbul, Turkey |
Istanbul, Turkey | Mumbai, India |
Mumbai, India | Bangcok, Thailand |
Surface Sector |
Jacarta, Indonesia | Sydney, Australia |
Sydney, Australia | Auckland, New Zealand |
Auckland, New Zealand | Santiago, Chile |
Santiago, Chile | Bogotá, Colombia |
Surface Sector |
Lima, Peru | SP |
Valor: USD 3,519.00 + 509.20 taxas
Total: USD 4,028.20
Excelente, não?
Pois então vamos ver como as
coisas vão transcorrer na prática!!!!