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As "bases" de uma volta ao mundo

BRAZIL | Monday, 2 June 2008 | Views [944]

Muita gente vem me perguntando quanto custa dar uma volta ao mundo. Bom, eu imagino que, dependendo do “estilo” da viagem o valor pode variar absurda e indecentemente. Muito mesmo.

O meu estilo, no entanto, é o mais simples possível. Quem me conhece sabe que me adapto facilmente a todo e qualquer tipo de ambiente – e essa adaptabilidade é o meu grande trunfo pra tirar o máximo proveito da viagem. Afinal, eu não quero voltar completamente lisa pro Brasil!

Assim, a hospedagem será, em regra, em Albergues da Juventude. Eu sei, em português o nome fica associado a mendigos e algumas pessoas acabam torcendo o nariz... mas o fato é que os albergues (hostels, em inglês), além de uma hospedagem de baixíssimo custo, permitem que o viajante tenha acesso a outros viajantes independentes – e todas as histórias, roubadas e dicas que esses viajantes tenham pra dividir.

Engana-se quem pensa que hostels são apenas pra jovens. Há muitas famílias e até grupos e casais de idosos. Aliás, muitos hostels possuem os chamados “quartos para famílias” e “quartos privados”, que são como quartos de hotel – apenas sem o luxo e charme.  

Já nos dormitórios (dorms, em inglês) a pessoa divide o quarto com estranhos. Geralmente os dorms são divididos por sexo, mas também podem ser mistos. Variam de 3 a 12 ou mais pessoas no quarto – tudo depende do hostel e suas regras.

Outra vantagem de um hostel é a cozinha aparelhada e cheia de utensílios, que a maioria possui. Isso pode reduzir o custo com alimentação e permitir uma dieta mais saudável. Afinal, se a gente come na rua o tempo todo acaba se enchendo de porcarias, não come tudo o que o corpo precisa e tende a ficar com a resistência baixa. E, óbvio, ninguém quer ficar doente viajando!

A passagem que comprei é a de volta ao mundo (ou RTW – round the world). Não sabia que existia??? Pois é, a maioria das pessoas não sabe mesmo. Fiquei surpresa ao perceber que até mesmo agentes de turismo desconhecem essa passagem ou, no máximo, já ouviram falar mas não tem idéia das suas regras.

Sendo assim, vale uma breve explicação de como funciona: quem as vende são as alianças de companhias aéreas (como Star Alliance, OneWorld e Sky Team). As regras podem variar um pouco de uma aliança pra outra, mas de uma forma geral a viagem deve começar e terminar no mesmo país, incluir um (e apenas um) vôo transatlântico e um transpacífico e, depois de deixar uma região (o mundo é dividido em regiões pelas companhias) não é possível retornar à mesma.  

Quem pretende fazer uma viagem de volta ao mundo deve pesquisar, dentre todas as alianças, qual a que oferece os melhores vôos para o roteiro que você pretende fazer.

Eu, por exemplo, fechei com a OneWorld. Na ocasião, tinha direito a 20 cupons que podem ser usados em até um ano. Foi muito difícil entender o que é um cupom – nem os operadores da companhia aérea, que foram sempre muito prestativos e atenciosos, souberam explicar. Aos trancos e barrancos eu concluí que cada cupom é um vôo; se para chegar do ponto A ao ponto B você precisar de uma conexão, significa que usará 2 cupons para o itinerário. Se precisar de 2 conexões, serão 3 cupons e assim por diante.

Além disso, sempre que o seu vôo seguinte partir de um local diferente daquele onde seu vôo anterior tenha pousado, o trecho entre esses dois lugares é considerado um surface sector. Na prática é um trecho que você faz por sua conta – não importa se de carro, avião, bicicleta, carona, trem, jegue... O que importa é que cada surface sector também conta um cupom.

Além dessas regrinhas básicas, a passagem de volta ao mundo possui definições e limites quando ao número máximo de paradas em cada continente ou região e número de milhas da viagem.

Pra quem estiver interessado, vale consultar os sites das alianças (Star Alliance – WWW.staralliance.com, Oneworld – WWW.oneworld.com e Skyteam – WWW.skyteam.com) e entrar em contato com uma das companhias que fazem parte da aliança para simular os trechos e saber o preço.

Os meus trechos com a passagem RTW, que fechei no fim de maio de 2008, serão os seguintes:

 

De/ From

Para/ To

SP

Dallas, USA

Dallas, USA

Vancouver, BC, Canada

Surface Sector

Toronto, Canada

NYC, USA

NYC, USA

Paris, France

Surface Sector

Madrid, Spain

Berlim, Germany

Surface Sector

Budapest, Hungary

Istanbul, Turkey

Istanbul, Turkey

Mumbai, India

Mumbai, India

Bangcok, Thailand

Surface Sector

Jacarta, Indonesia

Sydney, Australia

Sydney, Australia

Auckland, New Zealand

Auckland, New Zealand

Santiago, Chile

Santiago, Chile

Bogotá, Colombia

Surface Sector

Lima, Peru

SP

 

Valor: USD  3,519.00 + 509.20 taxas

Total: USD 4,028.20 

 

Excelente, não?

Pois então vamos ver como as coisas vão transcorrer na prática!!!!

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