Maldivas.... pontinhos no oceano.
MALDIVES | Thursday, 19 December 2013 | Views [1986] | Comments [6]
Banco de areia só pra nós
Curiosos por conhecer aqueles pontinhos no meio no Oceano índico, depois de dez horas de voo desembarcamos nas Maldivas quase dentro d’água! O aeroporto está numa ilha artificial feita para ele e que se conecta por uma pequena estrada a outra ilha artificial, Hulhumalé, onde ficamos hospedados.
Pegamos um ônibus lotado, mas com poucos turistas, para o hotel reservado. Descemos no ponto que o cobrador indicou e andamos mais de meia hora, num calor danado, para chegar no... nada! Nada!!! Não havia hotel!!! Na esquina onde deveria estar o hotel, que vi em fotos e tudo mais, só o início de uma construção! O endereço estava indicado no Booking.com onde fizemos a reserva e também no nosso guia, que tem um GPS show e que nos tem ajudado pra caramba. O endereço estava certo, só que no lugar não havia hotel nenhum!
Entramos num hotel próximo para pedir informação e descansar um pouco. A recepcionista foi muito gentil e tentou nos ajudar, mas não conhecia esse hotel. Depois o gerente chegou e nos informou que o danado do hotel havia se mudado para outro endereço bem pertinho do ponto de ônibus onde havíamos descido. Nos sugeriram chamar um taxi. Um Taxi? Nem pensar! Questão de honra, agora queremos chegar lá a pé! Voltamos, enfrentando o calor e as mochilas na valentia. Ao menos estávamos conhecendo a ilha!
Encontramos o hotel e aí, só alegria! Contamos a história para o pessoal do hotel rindo, pois adianta brigar? À noite sugeri ao dono que enviasse um e-mail para quem fizesse reservas, já que o Booking ainda não havia atendido a solicitação dele de mudar o endereço.
As Maldivas são um arquipélago de 1193 ilhas, e só 203 são habitadas. Todas muito pequenas. Hulhumalé, inaugurada em 2004, foi construída para resolver o problema habitacional de Malé, a capital, que tem uma das maiores densidades demográficas do planeta, e que tem apenas 1,7 km de comprimento e 1,0 km de largura.
Então em Hulhumalé tudo é novinho em folha. Não há casas, só prédios com 3 ou 4 andares. Muitos conjuntos habitacionais populares, vários hotéis, muitas construções e muitos terrenos vagos. Todas as ruas são asfaltadas, tem saneamento básico e transporte público eficientes.
Depois do Tsunami de 2004 o governo passou a autorizar que os locais também pudessem explorar o turismo. Antes disso só as grandes redes hoteleiras estrangeiras exploravam as pequenas ilhas onde estão os grandes resorts. Agora há vários pequenos hotéis de propriedade dos habitantes locais, o que impulsionou a economia e permitiu visitantes como nós estarmos aqui, fazendo um turismo mais barato que aqueles dos resorts. Mas com certeza, não menos divertido!
Andamos Hulhulmalé de ponta a cabeça e, assim como em Malé, não vimos um pedinte sequer. Nenhum morador de rua. Nenhum vendedor ambulante.
Passamos um dia inteiro em Malé. Parece incrível, mas a ilha não tem nenhuma praia. Nossa surpresa depois de tudo que tínhamos lido foi que a cidade é bem arborizada, com muitos parques e muito ventilada. Apesar do sol forte tem uma brisa leve sempre correndo. A única casa é a residência presidencial, o restante só prédios, um colado ao outro, com no máximo uns 10 dez andares.
Outro dia alugamos um barco (dhoani é como chamam aqui) com um guia, Mustafá, e fomos dar rolé pelo mar. Paramos num banco de areia, uma pequena ilha só para nós. Fizemos snorkeling e foi demais! Água quentinha, lindos peixes coloridos e lindos corais. Um mar com águas muito transparentes, com visibilidade total! Mustafá encontrou 3 filhotes de tubarão! Estavam dormindo nas pedras, sendo que dois juntos. Foi a maior diversão, pois além de tirar muitas fotos, Hélio os despertou com uma vara e saímos nadando atrás deles. Quando encontramos o outro foi a mesma coisa. Aí ficamos um tempo só nadando atrás dos tubarões, kkkkk, quem poderia imaginar, tubarões com medo da gente! Foi muito legal!
Tive chance de conversar bastante com Mustafá. Ele está solteiro depois de pegar sua mulher com outro na sua casa bem no dia do seu aniversário. Eu não sabia que os muçulmanos podem se divorciar e se casar novamente sem nenhum problema. Me disse que sua ex não vai ser discriminada por isso. Explicou que ele fuma muito porque agora é solteiro. Homens casados não fumam porque a família não gosta. Inclusive ele não fuma quando vai à sua ilha visitar sua mãe. E ficou horrorizado quando eu disse que no Brasil homens casados fumam! Como assim??!
Aqui o Islamismo é religião oficial e obrigatória. Não é permitida outra religião. Uma recepcionista do nosso hotel, indiana, é católica. Disse que há estrangeiros budistas morando aqui também, mas não podem praticar a religião.
Os turistas devem seguir as normas de conduta islâmicas, o que significa manter cobertos os ombros e os joelhos (para as mulheres), e não tomar banho nas praias públicas de calção e bikini. Os homens entram no mar de bermudas e as mulheres de burca. Bikini só nas ilhas exclusivas para turistas ou resorts. As mulheres jovens usam um tipo de maiô-burka, que é uma legging preta com uma camiseta cobrindo os quadris, além do véu na cabeça.
Deixamos um dia para ir à praia pública. Curtir a vida como os ilhéus. Tomar sol vestida! Pus uma bermuda do galego para cobrir meus joelhos e uma camiseta. Mas quer saber? Não achei nem um pouco desconfortável. Fazia calor, mas me senti fresquinha o tempo todo. Até lamentei não ter colocado minha legging também, kkkkkk!
Toda a costa é margeada por arrecifes de coral, formando uma enorme uma piscina em torno da ilha inteira.
E tem uma coisa muito bacana na praia, que para nossa sorte estava bem perto do nosso hotel: uma área bem grande delimitada por flutuantes, como um grande pier, formando duas grandes piscinas bem fundas, com escadinhas de acesso inclusive! É ótimo para tomar sol e nos divertimos bastante com as crianças daqui.
A comida é à base de peixe e frango. No café da manhã comemos panquecas com ovos e uma mistura de atum, cebola e pimenta, além de com café com leite e suco. Nada mal. Que tal?
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