Reza a lenda de que o querido rei Dom Sebastião I de Portugal, filho de Dom João I, ficou desaparecido e assim permanece até os dias de hoje. Sua volta é esperada como a de um Messias, que trará a riqueza e poder de volta ao pequeno país ibérico. Quando jovem, resolvera ir a uma batalha em Fez, no Marrocos, pelas famosas cruzadas, e lá morreu, ou sumiu. Como não tivera filhos (dizem até que era maricas), o reinado de Portugal foi passado, após seu desaparecimento, para o tio de Sebastião, Filipe II de Espanha, e assim sucedeu o período de grande infelicidade para os lusitanos, da União Ibérica.
O sebastianismo, crença do retorno do rei, persiste ainda em Portugal, onde milhares de pessoas (na maioria idosos) acendem velas e servem banquetes à D. Sebastião. É no Mosteiro dos Jerônimos que fica seu túmulo, mas dizem que lá dentro não há corpo algum, e aquele é mais um espaço simbólico de homenagem ao rei. O Mosteiro e sua capela são alguns dos lugares mais lindos já vistos. Como diz Fernando Pessoa, é “uma obra-prima de pedra que todos os turistas visitam e nunca conseguem esquecer. É, de fato, o mais notável monumento que a capital possui.”
Aquela igreja é realmente muito bela e seu ar não é pesado como da maioria que já visitei. A opressão não é tão sentida. Mas a cena mais encantadora é a de uma velinha, simpática, portuguesa, católica sentada em frente ao túmulo de D. Sebastião e rezando muito, sem parar, implorando o retorno do rei. Pequenos fatos que nos mostram muito da população local de um país.